A linha Mi Max da Xiaomi surgiu para conquistar os amantes de telas gigantes em celulares, e a empresa chinesa vem levando isso muito a sério a cada geração.

Após lançar o primeiro Mi Max com tela de 6,44 polegadas (algo impensável em 2016) e repetir a dose com o Mi Max 2 , a companhia foi além na terceira geração, oferecendo nada menos que uma tela de 6,9 polegadas no Mi Max 3 .

Mas será que o modelo mais recente dessa curiosa família traz mais do que uma tela enorme? Ainda vale a pena investir na linha em 2019?

Assim como em outros aparelhos da Xiaomi, o Mi Max 3 vem apenas com o básico em sua embalagem para baratear o máximo possível seu preço final ao consumidor. Isso inclui:

Aqui não temos capinha de proteção de brinde como visto em outros modelos da marca, além de não serem vistos também fones de ouvido ou película protetora.

O Mi Max 3 é um celular MUITO grande mesmo para os padrões atuais em que todos os smartphones invadiram a categoria dos phablets. É claro, se você busca uma tela gigante, não tem como esperar por um aparelho compacto.

No entanto, ele é menor do que os tablets de 7 polegadas por ter bordas mais finas, o que permitiu com que a Xiaomi aumentasse em meia polegada a tela sem deixar o Mi Max 3 muito maior que seu antecessor. Porém, é bastante complicado usar o aparelho com apenas uma mão.

Apesar de não ser um produto caro, aqui temos boa qualidade de construção com corpo feito em metal. O design é simples e já batido entre os modelos da marca. Se você busca um celular que chame a atenção, o Mi Max 3 fará isso pelo seu tamanho avantajado e não pela sua beleza.

Na traseira temos câmera dupla e o sensor de digitais, que funciona bem. Já na parte da frente temos bordas finas e tela no padrão 18:9, mas a empresa não adotou entalhe como visto em outros de seu portfólio.

O Mi Max 3 tem chipset de intermediário, então não espere velocidade surpreendente. Mas ele cumpre o seu papel e entrega desempenho na medida esperada para um modelo na sua faixa de preço. Em nosso teste prático de velocidade, ele levou 1 minuto e 16 segundos para abrir alguns apps e jogos, ficando próximo de alguns flagships.

Além de ser rápido, ele também consegue manter os aplicativos em aberto por um bom tempo. Mas por padrão, a MIUI acaba priorizando a bateria, ao encerrar serviços em segundo plano. Claro que isso pode ser mudado nas configurações do aparelho.

Em jogos também não há o que reclamar. Aqui temos bom desempenho com longa duração de bateria. Sem falar que jogar nessa tela gigante é algo muito divertido e que deve atrair principalmente quem é viciado em jogos de RPG ou estratégia.

A tela LCD do aparelho entrega boas cores, mas tende a deixar o branco levemente azulado. Isso pode ser corrigido ao mudar a calibração para o modo Contraste Padrão.

O brilho é decente, mas não alto suficiente para entregar uma boa experiência em ambiente externo. Os intermediários da Xiaomi nunca surpreenderam neste quesito e o mesmo acontece com o Mi Max 3.

Na parte sonora também não há nada de excepcional. O aparelho usa o alto-falante de chamadas como canal secundário, mas a potência é baixa, o que torna o efeito estéreo bastante limitado. O som é apenas decente, já que peca em entregar um bom balanço entre graves, médios e agudos.

O Max 3 manteve a mesma câmera de 12 MP do seu antecessor, mas ganhou um sensor secundário de 5 MP. A qualidade das fotos capturadas é muito parecida com o que vimos em outros intermediários da marca, como o Redmi Note 5.

Há bom nível de detalhes e faixa dinâmica ampla. É possível notar um pouco de artefatos em algumas fotos, mas nada que comprometa os resultados. O algoritmo do HDR é bastante equilibrado e não exagera na saturação de cores. E o mesmo podemos dizer dos detalhes nas sombras, que são muito bem preservados em vários tipos de cenários.

A câmera frontal é decente e vem com os mesmos efeitos de embelezamento visto em outros smartphones da Xiaomi. É possível fazer alguns ajustes para deixar o efeito menos agressivo, mas não é possível removê-lo por completo.

A filmadora é capaz de gravar em 4K e entrega boa estabilização de imagem, mas apenas quando filma em Full HD a 30 fps. Além disso, ele registra cores mais saturadas na resolução inferior, mas o nível de detalhes é praticamente igual. A qualidade do áudio capturado poderia ser melhor, mas os modelos da marca sempre pecam neste aspecto.

A Xiaomi incluiu uma grande bateria de 5.500 mAh no Mi Max 3, o que faz com que o aparelho ofereça excelente autonomia, mesmo com sua tela gigante. Ele fica entre os melhores que já passaram pelo TudoCelular, entregando carga suficiente para um dia inteiro de uso com sobra para o dia seguinte.

O tempo de recarga é um pouco demorado, precisando de quase 2 horas e meia. Se a empresa tivesse incluído um carregador mais potente, ajudaria o carregamento acelerado a reduzir o tempo de espera para menos de 2 horas.

Se você realizar uma carga rápida de 30 minutos terá um terço da bateria recarregada, o que pode render muito em uso mais leve.

A Xiaomi lançou no final de fevereiro o Android Pie para o aparelho, que vem sob a interface MIUI 10. Os recursos são os mesmos que você encontra em outros dispositivos da marca, e entrega bom desempenho sem sofrer com engasgos ou travamentos.

Além de contar com rádio FM, o Mi Max 3 também tem emissor de infravermelho, o que permite usar o aparelho como controle remoto universal para comandar outros dispositivos eletrônicos.

O Mi Max 3 é um celular grande para quem busca tela gigante e não se preocupa com o tamanho. Ele é um ótimo aparelho para assistir filmes e séries, graças à sua bateria de longa duração. No entanto, a qualidade sonora poderia ser melhor, sem falar que não vem acompanhado de fones de ouvido.

Ele também é capaz de registrar boas fotos e capturar vídeos em 4K, mas a estabilização só está disponível em Full HD. Enquanto seu desempenho está dentro do esperado para um aparelho que pode ser importado por pouco mais de R$ 1 mil.

No geral o Mi Max 3 é um bom celular, mas sendo mais indicado para quem busca um smartphone com porte de tablet compacto.