X i a o m i M i 8 L i t e

O Mi 8 chegou ao mercado com cinco versões. Além dos modelos SE, Pro e Explorer, a gigante chinesa também apostou em versão Lite, esta que iremos analisar agora. Como o nome sugere, ele é inferior ao Mi 8 tradicional. Mas será que a diferença é grande?

Bom, o Lite custa metade do Mi 8 e deve entregar metade certo? Nessa faixa de preço temos algumas opções interessantes da Samsung e Motorola no mercado nacional. Será que o Mi 8 Lite oferece um melhor conjunto? Ele não é vendido oficialmente no Brasil, mas pode ser encontrado em diversas lojas do varejo nacional por pouco mais de R$ 1 mil. Confira as nossas impressões sobre este intermediário chinês.

O Mi 8 Lite vem em embalagem colorida com um grande '8' estampado na tampa. Por ser um produto acessível não espere muitos acessórios em seu interior:

Como de praxe da Xiaomi, nada de fones de ouvido. Pelo menos há uma capinha para proteger o Mi 8 Lite assim que o tirar da caixa. Como estamos falando de um celular de vidro que quebra com muita facilidade, esse é um brinde muito bem-vindo.

É interessante ver que a Xiaomi se preocupou em incluir um adaptador para fones de ouvido, já que a Apple obriga quem adquirir um iPhone a ter que comprar o acessório por fora.

O mercado de intermediários acessíveis vem sendo infestado por celulares de plástico da Samsung, LG, entre outras. Xiaomi até apostou nisso com a submarca Pocophone, mas ainda continua trazendo aparelhos com qualidade de construção caprichada e preço acessível.

O Mi 8 Lite é isso. Aqui você encontra um celular com corpo de metal e traseira de vidro, que não decepciona perante os flagships da marca. Claro, para reduzir o custo de produção alguns cortes foram feitos, como a remoção de NFC, por exemplo.

Ele também traz entalhe, mas aqui é consideravelmente menor. Uma vantagem deste está no slot para cartão microSD, ausente no modelo mais caro. Mas por outro lado, nenhum dos dois tem entrada para fones de ouvido.

O Mi 8 Lite não é um celular compacto com seus 156,4 mm de altura e 75,8 mm de largura. Mesmo com suas bordas finas, tenha em mente que aqui temos uma tela de 6,26 polegadas. Usá-lo com uma mão pode ser complicado, ainda mais quando o vidro faz o aparelho escorregar fácil. Pelo menos a Xiaomi incluiu uma capinha de proteção na embalagem.

O leitor biométrico na traseira funciona muito bem. Mas aqui vai uma dica bacana: é possível habilitar o reconhecimento facial dele. Para isso é necessário mudar a região para Hong Kong. Essa biometria é mais rápida, porém menos segura que a digital.

O Mi 8 veio com tela Super AMOLED, mas sua versão mais barata traz painel IPS LCD por motivos óbvios. O notch acima abriga a câmera para selfies, alto-falante de chamadas, sensores e LED de notificações.

Se você não é fã de entalhe, é possível ocultá-lo nas configurações, o que gera uma barra preta larga no topo. A tela entrega boa qualidade de imagem e brilho mais forte que smartphones da Samsung, Motorola e LG nessa faixa de preço.

Mesmo que não exiba as mesmas cores vibrantes da versão mais cara, o contraste é alto o suficiente para garantir boa reprodução de cores. O branco tende para o azul, mas você pode corrigir isso ao mudar a calibração de tela do perfil “Automático” para o “Padrão”.

Há apenas um alto-falante na parte inferior. Apesar do som mono, a potência e qualidade está acima da média.

O que esperar de um celular com processador octa-core de 2 GHz, GPU Adreno 512 e 4 GB de RAM? Ótimo desempenho, certo? Bem, não é isso que acontece aqui.

Ele é muito mais lento que o Mi 8, o que já era esperado diante da diferença no preço, mas acaba comendo poeira para rivais e fica abaixo até de modelos mais simples da Xiaomi, como o Redmi Note 6 Pro.

Isso não acontece por falta de hardware. O Snapdragon 660 presente nele dá conta de qualquer tarefa. Mas mesmo contando com boa quantidade de RAM, a MIUI 10 está mal otimizada e não consegue segurar os aplicativos na memória.

Em benchmarks temos resultados similares a de outros com a mesma plataforma Snapdragon. Já em jogos vimos que o Mi 8 Lite roda bem a maioria dos títulos, mas notamos pequenas quedas no desempenho em um jogo ou outro.

Como visto em vários intermediários da Xiaomi, o Mi 8 Lite traz câmera dupla na traseira. O sensor principal entrega 12 MP com abertura f/1.9. O secundário tem apenas 5 MP e abertura f/2.0, mas sua única função está em desfocar o fundo dos cenários. Ou seja, nada de lente ultra-wide ou teleobjetiva aqui.

Como esperado de um intermediário da Xiaomi, a câmera até da conta de tirar boas fotos. Desde que você esteja em local bem iluminado. O alcance dinâmico é limitado, o que compromete os resultados com HDR, especialmente quando no modo automático. Recomendamos que você controle o HDR manualmente para melhores resultados.

O Mi 8 Lite conta com IA para ajudar a tirar foto melhores. Essa inteligência reconhece nuvens, flores, grama, árvores, entre outros objetos. Sinceramente? Não faz a menor diferença. Se nem mesmo flagships provaram que uso de inteligência artificial traz benefícios, o que esperar de um intermediário barato?

A surpresa fica para o modo noturno. Calma, isso não faz com que ele tire ótimas fotos à noite e com nível baixo de ruídos, mas percebemos uma boa diferença comparado ao modo padrão. As fotos ficam mais claras sem deixar a imagem com nível exagerado de granulados.

A câmera secundária nem sempre desfoca o fundo dos cenários corretamente, mas quando acerta o resultado é até bom. Você conseguirá tirar boas selfies, desde que mantenha o celular bem próximo ou sofrerá com o foco. O modo de embelezamento está lá para destruir os defeitos da sua pele.

É possível gravar vídeos em 4K com a câmera traseira, enquanto a frontal fica limitada a Full HD. A qualidade é boa quando há luz, mas entrega muitos ruídos à noite. A captura de áudio é precária como visto em outros intermediários da Xiaomi.

Xiaomi sempre foi generosa com bateria em seus smartphones intermediários, mas no caso do Mi 8 Lite temos apenas 3.350 mAh. Apesar de ser apenas 50 mAh inferiores ao Mi 8, este entregou algumas horas a menos de autonomia.

É até possível passar o dia todo fora de casa sem se preocupar em levar o carregador, mas terá que fazer uso bastante leve.

Se compararmos com outros com mesmo hardware, o Mi 8 Lite decepciona. Mesmo contra o Zenfone 4, que tem bateria menor e rendeu mais. Para ter o intermediário da Xiaomi completamente recarregado é preciso esperar quase 2 horas. Com 30 minutos na tomada você terá um terço da bateria para usar.

O Mi 8 Lite recebeu o Android Pie recentemente e vem com a interface MIUI 10 por cima. A Xiaomi sempre foi queridinha dos brasileiros por entregar ótimo desempenho e bateria, mas esse aqui parece fugir da regra.

O software precisa de melhor otimização. Ele ainda consegue ser mais rápido que alguns aparelhos nacionais nessa faixa de preço, mas dá para extrair mais do seu hardware.

Ele não é o único da empresa que precisa de maior atenção, e vamos torcer para que a Xiaomi arrume isso em futura atualização.

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