S a m s u n g G a l a x y N o t e 4 P o n t o s f o r t e s P o n t o s f r a c o s

A Samsung tem um duro caminho para reinventar seu mais parrudo smartphone, que foi o responsável pela inauguração do mercado de phablets. O Galaxy Note 4 chega com esta premissa, de missão cumprida e com tudo que há de melhor no Android - junto da interface mais pesada e que consome mais dados, dentro do sistema operacional móvel do Google, a TouchWiz. Por dentro temos um processador octa-core rodando quatro núcleos a 1.3 GHz e outros quatro núcleos a 1.9 GHz, acompanhado de 3 GB de memória RAM, 32 GB de memória interna e uma tela de 5,7 polegadas e resolução 2K (2560 x 1440 pixels). A embalagem é a mesma que já entregou outros produtos da linha high-end da Samsung, com pouco espaço sobrando e boa organização de acessórios por dentro.

Abrindo o pacote, há um pequeno conjunto de manuais, cabo de dados microUSB 2.0, carregador de tomada com porta USB e capacidade de entregar até 9 volts de tensão, fone de ouvido com fio chato (que evita nós) e, junto dele, borrachas extras para tamanhos diferentes de ouvidos.

Por fora o Galaxy Note 4 praticamente não mudou, quando olhamos de longe o seu antecessor. Porém, nas bordas está um detalhe que - finalmente - a Samsung começou a adotar: metal. Toda a borda do phablet é feita em alumínio que segue a cor do modelo e entrega uma pegada muito mais firme do que o plástico utilizado até então. Na frente está a grande tela de 5,7 polegadas, com resolução de 2560 x 1440 pixels, densidade aproximada de 515 pixels por polegada e que é feita com tecnologia Super AMOLED - que entrega alta saturação de cores e melhorias na visibilidade debaixo de luz solar direta. Ainda na frente temos um botão físico com leitor de impressões digitais, dois botões sensíveis ao toque e sensores de luz, proximidade e também uma câmera frontal de 3.7 megapixels, capaz de filmar em até 1440p (ou 2K).

Do lado esquerdo ficam os botões de controle de volume, com o liga/desliga do lado oposto.

Acima está a entrada para fone de ouvido, microfone secundário para isolamento de ruídos e uma porta infra vermelho que transforma o aparelho em um controle remoto universal. Abaixo, fica a porta microUSB 2.0 (a Samsung abandonou o microUSB 3.0 que estava no Galaxy Note 3), dois microfones para chamadas e a entrada para a caneta S Pen.

Atrás, ainda em uma textura plástica que imita o couro, fica a câmera de 16 megapixels, que filma em 4K, flash LED, leitor de batimentos cardíacos e alto-falante. Abaixo da tampa, encontramos as entradas para chip da operadora, cartão microSD de até 128 GB e a bateria, com 3.220mAh. A carga é o suficiente para durar aproximadamente 14 horas de uso contínuo, ou até um dia e meio de uso moderado - dois dias, se você ativar o modo de alta economia de energia. A Samsung promete até 82 horas de reprodução de música e 20 horas de conversa no telefone.

O Galaxy Note 4 é enorme, entrando no caminho entre um tablet e um smartphone - algo que ele sempre fez, desde a primeira versão do aparelho. Isso significa que mãos pequenas encontram dificuldades na hora de operar o aparelho e, mesmo com mãos maiores, usar com apenas uma mão é uma tarefa impossível. O problema de operar com uma mão em tão pouco espaço sobrando, é que o dispositivo começa a passar a sensação de que vai escorregar em pouco tempo. O alumínio utilizado nas laterais diminui esta sensação, já que é mais áspero do que o plástico de versões anteriores. Seus números são 153,5 milímetros de altura, por 78,6 milímetros de largura e 8,5 milímetros de espessura, tudo isso somado aos 176 gramas de peso total.

Os números revelam um aparelho grande, largo e alto, mas que não é tão espesso como poderia ser. Isso garante um espaço menor ocupado no bolso, mas a largura exagerada e a altura podem exigir que o bolso não seja raso, ou pequeno demais. Em bolsas femininas o phablet encontra mais espaço para viver e não atrapalhar o movimento da perna.

A Samsung deixou de lado o mundo sem texturas que foi inaugurado com o Galaxy S5, misturando partes da TouchWiz antiga e outras partes da mais recente. O resultado ficou bacana, mas deixa de lado as linhas de design que foram inauguradas pelo Google com o Android 5.0. Por dentro deste modelo do Note 4, temos um chip Exynos 5433 que roda oito núcleos, sendo quatro Cortex-A53 em 1.3 GHz e outros quatro núcleos Cortex-A57 em 1.9 GHz, acompanhados de 3 GB de memória RAM, GPU Mali-T760 e 32 GB de memória interna - com aproximadamente 8 GB utilizados pelo sistema, dividindo entre o Android e a TouchWiz (o Android trabalha com algo próximo de 3 GB, com quase 5 GB apenas para a TouchWiz e seus apps). A tela inicial conta com três painéis para widgets e atalhos, sendo que podem ser adicionados outros quatro painéis.

A tela utiliza uma resolução gigantesca, maior do que a da TV da minha sala. São 2K, ou 2560 x 1440 pixels que, até o momento, não demonstram o motivo de estarem presentes, já que não há quase qualquer aplicativo que tire grande proveito dos pixels que sobram, quando olhamos telas Full HD - este não é um problema só da Samsung, já que smartphones da Motorola e LG também adotam tamanha resolução. A TouchWiz continua pesada (ela ocupa mais espaço no aparelho, do que todo o Android que está instalado) e isso faz com que o hardware trabalhe com muita força. São raros os momentos de travamento, mas eles existem e fazem surgir questões sobre a necessidade de tamanha quantidade de sensores e apps rodando - são oito núcleos rodando por aqui, o dobro do meu computador. Em processamento bruto, com muitos apps ao mesmo tempo, a memória RAM mostrou que trabalha bem e impediu engasgos do sistema.

A S Pen é um recurso bastante explorado desde o primeiro Galaxy Note, o que não é diferente por aqui. Ela é a melhor caneta stylus já criada para um smartphone, tanto pela precisão (até em níveis de pressão diferentes) quanto pelos apps que tiram melhor proveito do conjunto de ponta fina e um botão para ações extras. Algumas das funções que tiram maior proveito estão dentro do S Note, um app que lembra bastante o Evernote e outros de notas, mas que adota recursos da caneta - como a possibilidade de desligar a sensibilidade da tela para os dedos e manter apenas a da caneta funcionando. É possível adicionar uma foto dentro da nota, com reconhecimento de caracteres e a possibilidade de apagar apenas alguns deles, o que permite a edição bastante criativa do conteúdo que está no objeto capturado.

Provavelmente a função mais bem explorada é a que transforma a S Pen em um ponteiro do mouse, permitindo selecionar texto apenas ao segurar o botão da caneta e tocar a tela - exatamente da mesma forma como você já faz com seu mouse, no computador. É possível até clicar e arrastar para selecionar vários arquivos ao mesmo tempo. Outros recursos, como captura inteligente de um trecho da tela e comandos por gestos, estão presentes, mas não são tão incríveis como os anteriores.

Outro ponto que merece destaque é a facilidade de gerenciar janelas e multitask no Note 4. Você pode diminuir a janela de muitos apps e transformar a experiência em algo como janelas do computador - não tão livre como o QSlide da LG, mas bem competente. Basta puxar a diagonal superior de um app e a janela diminui. Segurando o botão voltar, por mais de um segundo, uma lista de apps que podem rodar em janelas flutuantes é exibida e, dentro da área de multitask, você pode colocar duas janelas exibindo conteúdo, dividindo a tela do phablet, ao mesmo tempo - recurso que já estava presente em versões anteriores do Note.

De fábrica temos alguns apps pré-instalados, como o já falado S Note, gravador de voz que tira proveito dos vários microfones para captar áudio da fonte e com maior precisão, gerenciador de arquivos, assistente de voz S Voice (que ganhou voz mais natural, mas ainda continua extremamente robótico), Flipboard dentro da área inicial e sem possibilidade de alterar as fontes de notícias, Dropbox com 50 GB de espaço promocional, pacote de apps do Google (como Maps, Google+ e YouTube), WhatsApp, Instagram, Facebook e Messenger. Há um grande pacote de jogos pré-instalados, que podem ser eliminados sem muita dificuldade.

A placa gráfica que está no Note 4 não é a melhor disponível no mercado - perde para as Adreno dos processadores Snapdragon. Temos uma Mali-T760, que roda em conjunto com um poderoso processador octa-core de 1.9 GHz e também 1.3 GHz, com 3 GB de memória RAM. O resultado é que qualquer jogo disponível no Google Play, sem qualquer travamento ou engasgo. Testamos o Asphalt 8, que rodou bem o game, mas deixou alguns efeitos e shaders de lado - efeitos e shaders que uma Adreno 330 (a mesma do Galaxy S5) não deixou de lado.

O tocador de músicas é bem simples, ocupando a tela inteira e com recursos bacanas como equalizador de som e outras melhorias para o áudio executado. Ele rodou qualquer MP3 que testamos e ainda exibiu a capa do álbum corretamente - além de MP3, o aparelho reconhece nativamente os formatos WAV, eAAC+, AC3 e FLAC.

Já o de vídeos, foi capaz de reproduzir vídeos em até 1080p, mas sem o codec de áudio disponível para um dos vídeos testados. No Netflix, a reprodução foi de altíssima qualidade. Nativamente, o aparelho trabalha com MP4, DivX, XviD, WMV e H.264

A linha Note sempre entregou o melhor da Samsung em termos de fotografia, o que não é diferente por aqui. A câmera trabalha com 16 megapixels de resolução, com qualidade bem acima de seus concorrentes - não apenas em tamanho da foto, mas em captura de cores e detalhes da imagem. Fotos com boa luminosidade ficam recheadas de informação de cores e luz, o mesmo com fotos noturnas - com pouco mais de dificuldade para captura, como é de se esperar de uma foto em baixa luz.

Em vídeos, é possível filmar em até 4K e com ótima qualidade de cores, mas com um espaço bem grande sendo devorado pelo arquivo de altíssima resolução. A solução é filmar em 1080p, que fica ótimo e ocupa muito menos espaço.

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