O TudoCelular testou o Galaxy A9, um dos primeiros smartphones com câmera quádrupla do mundo, para saber se o conjunto numeroso entrega, realmente, boas fotografias e grava bons vídeos. Também testamos, claro, a experiência do intermediário em desempenho, bateria e outros quesitos.
E aí, será que o aparelho, que chegou por mais de três mil reais e hoje pode ser encontrado a menos de dois mil, vale a pena atualmente? É o que vamos descobrir.
De certa forma, o design do Galaxy A9 2018 antecipou a linha Galaxy A 2019, ao menos na parte traseira - onde encontramos o conjunto quádruplo de câmeras, destaque do marketing desse modelo. O acabamento em vidro confere elegância dos modelos mais caros, e a Samsung já adotou aqui o efeito degradê, que deixa esse modelo na cor rosa que recebemos bem bonito.
Além dessa cor, o A9 pode ser encontrado no Brasil em modelos preto ou azul, este segundo também com o efeito degradê. A parte frontal ainda não tem o famigerado recorte na parte de cima, e segue o estilo dos Galaxy do ano passado, com tela dezoito e meio para nove e bastante bordas. Na superior, além da câmera frontal, tem um flash também para as selfies com pouca luz.
Outro fator que antecipa um pouco as mudanças da linha A é a organização dos botões físicos. Os de volume já estão no lado direito, e não no esquerdo como nos acostumamos a ver nos aparelhos da sul-coreana. Na outra lateral, que tem acabamento metálico, foi incluído um botão para a Bixby, porque sim.
O A9 ainda tem conector USB-C e P2 para fone de ouvidos na parte de baixo, e em cima tem a gaveta de chips com espaços para dois nano SIM e mais um micro SD
O Galaxy A9 teve muito foco nas câmeras e pouco se falou no hardware. É um intermediário premium, com plataforma da Qualcomm de dois anos atrás que ainda entrega boa experiência. O Snapdragon 660 dentro do aparelho ainda é auxiliado por nada menos que 6 GB de memória RAM, e a Samsung oferece 128 GB de armazenamento interno.
E comprovamos isso tanto nos resultados de benchmarks - veja os resultados abaixo - como nos testes práticos. Nosso tradicional teste de abertura de aplicativos demorou apenas um minuto e um segundo, ficando um pouco atrás apenas do Vivo X21 com o mesmo chipset e à frente de outros como o Mi Note 3, Zenfone 4 e Mi A2, todos testados por aqui já.
Quanto aos jogos, testamos alguns títulos bem recentes da Google Play Store e o aparelho se saiu muito bem. Alcançamos taxas máximas de quadros no Asphalt 8 (travado para 30 fps), Modern Combat 5 e Subway Surfers, e os outros jogos, Injustice 2 e PUBG Mobile, rodaram com fluidez satisfatória.
Tudo dentro do esperado. Dá para jogar a maior parte dos títulos até mais pesados, sempre com boa fluidez, apesar de às vezes precisar sacrificar um pouco os gráficos.
A tela AMOLED de 6,3" tem bom aspecto, sem serrilhados e boa calibragem de cores. O brilho máximo é bem forte e o mínimo é bem suave, então o aparelho é bom para usar tanto embaixo da luz do sol como em ambientes escuros.
E aí chegamos ao primeiro grande defeito. O alto falante tem qualidade bastante baixa, ainda mais para um dispositivo premium. Não é só abafado, o áudio é bem ruim mesmo.
Em recursos, o dispositivo chegou ao mercado com o Android Oreo, mas já foi atualizado para o Pie, com a OneUI. Não tem muita diferença em recursos de software para os topo de linha da Samsung, incluindo a presença da assistente virtual Bixby e seu botão exclusivo, que pode ser reconfigurado para outra coisa.
Ah sim, apesar de ser um smartphone premium da Samsung, o A9 não tem certificação IP68, então é bom tomar um cuidado extra com água perto dele.
O desempenho é bom, os recursos não faltam. Mas e bateria? Quem olha para a carga, vai achar que o A9 não dá conta. São 3.800mAh para uma tela grande e uma plataforma não muito econômica.
Fizemos nosso tradicional teste de uso e… deu trabalho. Foram 19h44min de teste, empatando tecnicamente com o S10 Plus, que tem 300 mAh a mais de carga. Entre os aparelhos com o mesmo hardware, só o Mi Note 3 superou o tempo do A9.
O tempo de recarga também é bom. Com o carregador padrão que vem na caixa, cronometramos uma hora e meia cravada para ir de zero até cem por cento.
Em resumo, é carga para mais de um dia e pouco tempo na tomada. O conjunto ideal.
O conjunto quádruplo de câmeras traseiras foi o grande destaque no lançamento do Galaxy A9. Mas sabemos bem que número não é sinônimo de qualidade. Por isso a gente testa os aparelhos, não é mesmo?
E esse é um daqueles dispositivos que promete muito e não entrega tanto. Claro, com boa iluminação dá para tirar boas fotos com os três sensores - o quarto é só de profundidade, para o efeito de desfoque no modo retrato.
O zoom é de apenas duas vezes, mas já te ajuda a se aproximar um pouco do objeto. E até ajuda na hora de fazer cliques em macro. A lente ultra grande-angular também tem boa qualidade com iluminação ideal, com 120 graus, contra 77 graus da lente principal - também wide.
O problema é com pouca luz, como na maior parte dos smartphones hoje em dia. A ultra-wide é praticamente uma negação nesse cenário. A lente zoom ainda dá para o gasto, enquanto a principal dá conta do recado em alguns casos, mas já tem bastante ruídos.
O sensor de profundidade é razoável, mas erra um pouco nos recortes de áreas mais difíceis mesmo com a câmera dedicada. Dá para usar as fotos em redes sociais sem problemas, e você ainda pode ajustar o nível de desfoque mesmo dias depois de tirar a foto, mas a promessa era de algo bem mais preciso do que a entrega.
As selfies costumam ser o ponto alto do conjunto de câmeras na linha A. Com pouca luz, decepciona. Era de se esperar uma evolução maior depois de tanto tempo. Com boa iluminação, o de sempre: embelezamento forçado e exagerado. Samsung sendo Samsung.
E o A9 é o primeiro smartphone intermediário da Samsung a captar vídeos na resolução 4K, e entrega qualidade aceitável. O áudio fica um pouco baixo, mas é bem limpo.
O Galaxy A9 não vale os R$ 3.200 sugeridos em seu lançamento. Hoje em dia, você já pode encontrar esse modelo por pouco menos de R$ 2.000 no varejo, o que já fica interessante. É quase o preço de um Moto G7 Plus, com mais hardware. Talvez se a Samsung não tivesse colocado tanta câmera aqui dentro, pudesse oferecer um preço mais animador.
O dispositivo no geral é bom. Entrega boa fluidez, bateria com ótima duração, recursos interessantes. Peca demais no áudio e o conjunto de câmeras acaba virando ponto negativo pelo marketing todo que o envolve. Não chega a ser ruim, mas também não é tão bom assim.
Pontos fortes
Pontos fracos
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