Realme 8 5G é o celular mais barato com suporte à nova geração de internet móvel. Pelo menos é isso que a fabricante chinesa quer nos fazer acreditar. A novidade chegou por R$ 2.300 em agosto de 2021. Será realmente o celular 5G com melhor custo-benefício ou há opções melhores? Vamos descobrir.
O Realme 8 5G vem em embalagem amarela com o nome do modelo na tampa, mas sem ilustração do aparelho. Além do celular, você recebe os seguintes acessórios:
Para manter o preço baixo, pouco foi modificado na aparência comparado ao realme 7 5G. Eles são quase do mesmo tamanho, porém o novo está mais fino mesmo sem sacrificar a bateria. O corpo de plástico segue com acabamento brilhante e chega ao mercado nacional nas cores azul ou preta.
A resistência contra respingos foi eliminada, assim como a proteção Gorilla Glass para a tela ficou de fora. Pelo menos a qualidade de construção não foi comprometida. As bordas na traseira ainda são curvas, o bloco de câmeras cresceu e a pequena faixa com efeito cromático sumiu, deixando apenas o logo na parte inferior.
É inegável que a empresa acabou deixando seu intermediário 5G com visual mais simples, mas são mudanças que não vão impactar na escolha na hora da compra. A entrada para fones foi mantida na parte inferior, ficando ao lado da porta USB-C e do alto-falante. Na lateral esquerda há a tecla de volume e a gaveta tripla para dois chips e cartão de memória. Do lado direito há apenas o botão de energia com leitor biométrico incorporado, que funciona bem.
Na parte de conectividade não tivemos comprometimento por cortes de produção. Há Wi-Fi AC para redes 5 GHz, Bluetooth 5.1 e NFC. Claro, o suporte ao 5G é o seu ponto mais forte. A realme promete compatibilidade com frequências futuras a serem adotadas no Brasil, já que a nova geração ainda não estreou oficialmente. Desta forma, você terá um aparelho para muitos anos.
A tela de 6,5 polegadas tem o mesmo tamanho daquela presente em seu antecessor, mas não é exatamente o mesmo painel IPS LCD. A taxa de atualização foi reduzida de 120 Hz para 90 Hz, o que pode ser um fator preocupante para alguns. Pelo menos a resolução e o brilho não foram alterados e o realme 8 5G entrega imagem nítida com visibilidade decente em dias ensolarados.
Não há suporte a HDR10 para tirar o máximo proveito de serviços de streaming, mas o nível de contraste é bom para entregar cores vibrantes. A calibração de cores poderia ser melhor; o branco e cinza apresentam tom azulado. A tela permite escolher entre os modos 60 Hz, 90 Hz ou automático. Neste último temos taxa variável que reduz a velocidade em conteúdo estático para fazer a bateria durar mais.
O som é apenas mono por falta de um segundo alto-falante. A potência é boa e a qualidade sonora não chega a decepcionar. Poderia ter um pouco mais de destaque nos médios, mas o áudio está melhor balanceado do que antes. Ele não vem com fone de ouvido na caixa, porém tem entrada padrão para você usar qualquer fone que possua.
Equipando o realme 8 5G temos o Dimensity 700 da MediaTek, enquanto no antecessor veio o Dimensity 800U, que traz processador mais veloz e GPU um pouco mais potente. Esse é mais um ponto de economia no novo intermediário, mas será que chega a comprometer o desempenho? Em nosso teste de velocidade focado no multitarefas vimos resultado pior no novo, mas ele ainda é capaz de segurar muitos apps abertos em segundo plano.
E nos benchmarks, temos uma queda grande na pontuação? Se você se importa tanto com números, saiba que o realme 8 5G fica 10% abaixo do seu antecessor e também perde para o Moto G 5G com Snapdragon 750G, mas supera o Galaxy A32 5G com Dimensity 720.
A GPU não tem força suficiente para rodar muitos jogos a 90 fps. Todos que testamos ficaram na média dos 60 fps e isso inclui Asphalt 9, Mortal Kombat, Call of Duty e PUBG. Nos jogos mais pesados terá que reduzir a qualidade gráfica, sendo possível alcançar boa fluidez no médio do Call of Duty ou HD com texturas no Alto do PUBG.
O software bem otimizado da realme já provou ser bem eficiente em bateria, é tanto que o nosso rei em bateria atualmente é um aparelho da marca. O realme 7 5G foi muito bem em nosso teste e o realme 8 5G ficou quase empatado com 28 horas de autonomia, o que significa que você terá bateria de sobra para um dia inteiro usando redes sociais, vendo filmes e jogando.
Sua bateria dura mais que modelos rivais 5G, mas o tempo de recarga acabou sendo sacrificado. A realme trocou o carregador de 30W de antes por um de apenas 18W e isso fez o tempo de recarga subir para mais de duas horas.
Com uma carga rápida de 15 minutos terá 18% de bateria para usar. Enquanto 30 minutos na tomada chega a recuperar 32%, o que já é suficiente para quase 10 horas de uso moderado.
Outro ponto de corte para reduzir o preço do aparelho aconteceu no conjunto fotográfico. A câmera ultra-wide foi abolida do conjunto, o que é uma pena. As demais são as mesmas da geração anterior e isso inclui a principal com sensor de 48 MP e duas de 2 MP, sendo uma dedicada para macros e outra para desfoque de fundo. A frontal de 16 MP também foi mantida.
O realme 8 5G registra boas fotos para a categoria. As cores são precisas, há poucos ruídos e o HDR funciona quando necessário para evitar pontos estourados. Em alguns cenários vemos excesso de nitidez pelo pós-processamento um pouco agressivo, mas nada que sacrifique as fotos.
Há atalho para zoom de 2x, mas sem nenhum tratamento especial para reduzir a perda de qualidade. Apesar de ser um zoom puramente digital, a qualidade das fotos é boa o suficiente para publicar nas redes sociais.
Por padrão, as fotos são salvas em 12 MP, mas é possível mudar para 48 MP e extrair o máximo do sensor. Na prática, a diferença é tão pequena que não compensa o maior espaço devorado pelos arquivos.
A câmera de desfoque registra fotos nítidas com ótimo contraste. O efeito de separação é bem aplicado e vemos poucas falhas. A macro é mais limitada e faz um trabalho apenas decente. A falta de foco automático limita a distância focal em torno de 5cm e tende a resultar em fotos borradas com facilidade.
O realme 8 5G apresenta resultados decentes em cenários escuros, só é uma pena que seu modo noturno não ajude a recuperar a nitidez perdida. As fotos ficam um pouco mais claras e detalhes das sombras ficam mais destacados, mas está abaixo do que temos em aparelhos da Motorola.
A frontal acerta na nitidez e riqueza de detalhes nas selfies. Não há contraste exagerado e as cores estão próximas da realidade. Mesmo em locais mais escuros ainda temos boas fotos e o modo retrato funciona bem com efeito convincente e com poucas falhas.
Outro ponto de corte foi para a filmadora que só grava em Full HD e nem mesmo a 60 fps. A qualidade dos vídeos é decente de dia e ruim à noite com excesso de ruídos e texturas de baixa qualidade. Há estabilização eletrônica para reduzir os tremidos e o foco é ágil. A captura de áudio é estéreo, porém é um pouco abafada e sofre com ruídos.
O realme 8 5G sai da caixa com Android 11 e interface Realme UI 2. No momento em que testamos o aparelho para esta análise ele estava com pacote de segurança dois meses atrasado, o que mostra a falta de preocupação da marca. E mesmo que seja a nova versão da interface da empresa, ainda há várias falhas na tradução para o nosso português.
Já com relação a Realme UI, a aparência é agradável e com poucas modificações. É possível alterar os ícones e escurecer a interface com o tema escuro. O Software é recheado de atalhos e há um menu lateral parecido com o Tela Edge da Samsung. Também há uma bolha que apresenta um menu flutuante como mais uma opção para facilitar a navegação. Aqui você pode configurar atalhos como o de bloquear a tela ou fazer uma rápida captura de tela.
Há uma interface dedicada para jogos e muitos extras que aprimoram a usabilidade sem pesar no desempenho, o que é um feito importante e que merecia ser seguido por outras marcas. Só falta a empresa dar mais atenção à tradução para o nosso idioma.
Apesar da promessa de ser o intermediário 5G mais barato do Brasil, há aparelhos que custam menos atualmente por estarem há mais tempo no mercado. O Redmi Note 10 5G pode ser encontrado por menos no varejo nacional e traz a mesma plataforma da MediaTek, mas tem software menos otimizado que sofre com o pouco de RAM. Ele também perde em bateria e câmeras, mas possui tela de 90 Hz.
Um pouco mais acima há o Moto G 5G. Ele tem tela de apenas 60 Hz, porém é mais ágil no uso com vários apps. A bateria rende menos, mas por outro lado se destaca com conjunto de câmeras mais completo com ultra-wide e capacidade de gravar vídeos em 4K.
Da Samsung temos o Galaxy A32 5G custando um pouco a menos. Ele também não tem tela de 90 Hz, seu desempenho multitarefas é ainda pior e a bateria também rende menos. Qual seria o sentido em escolher o rival coreano? Apenas se você faz questão de câmera ultra-wide, melhores fotos macros, e ter melhor suporte a atualizações do Android.
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