O Poco X3 NFC foi por um bom tempo um dos celulares mais buscados pelos brasileiros por trazer tela 120 Hz a preço mais acessível. De lá para cá vimos muitas fabricantes seguirem o mesmo caminho ao popularizar esse tipo de tecnologia em celulares intermediários. Mas a Xiaomi quer ir além e agora traz ao mercado o X3 Pro estreando o Snapdragon 860, um chip potente para agradar quem deseja jogar com alta fluidez.
O Poco X3 Pro vem em embalagem escura com os nomes da marca e do aparelho grafados em amarelo. Além do celular, você recebe os seguinte acessórios:
O que a Xiaomi precisou sacrificar para incluir um chip potente em um intermediário acessível? Ela reaproveitou a carcaça do Poco X3 NFC. Sim, você tem exatamente o mesmo aparelho por fora com o conjunto de câmera em formato de peça de dominó que diferenciou o X3 dos modelos da linha Redmi.
O X3 Pro é feito de plástico, mas vem com versão mais atual do Gorilla Glass na tela. Já a proteção contra água é a mesma de antes e a certificação IP53 garante que o aparelho sobreviva a respingos e poeira.
O intermediário chegou ao Brasil oficialmente em três opções de cores: azul, preto e bronze. Em todas você tem um design em dois padrões com a parte central sendo tomada por uma faixa listrada e próximo das bordas uma pintura lisa. E claro, o nome gigante da Poco está estampado na traseira.
A parte frontal apresenta moldura com bordas não muito largas ao redor da tela e traz um furo central para a câmera de selfies. A lateral do aparelho tem pintura brilhante e do lado direito encontramos o leitor biométrico incorporado ao botão de energia e o botão de controle de volume. Do lado esquerdo há uma gaveta híbrida que permite expandir o armazenamento ao abrir mão do segundo chip.
No topo encontramos o emissor de infravermelho, um microfone e um furo que ajuda o alto-falante superior na parte sonora. Enquanto na parte inferior do aparelho temos o segundo alto-falante, outro microfone, a entrada USB-C e a de fones de ouvido.
A Xiaomi não reaproveitou apenas a carcaça do X3 NFC, mas também a tela. Aqui temos o mesmo painel IPS LCD de 6,67 polegadas com resolução Full HD+ e taxa de 120 Hz. Você pode deixar em modo automático ou travar a tela em 60 Hz para economizar bateria. Além disso, o sensor de toque trabalha a 240 Hz para garantir melhor tempo de resposta nos jogos.
O nível máximo de brilho é bom, assim como o contraste que garante preto pouco acinzentado. A calibração de cores nunca foi o forte da Xiaomi e o X3 Pro também tende muito para tons frios. Pelo menos há perfis que mudam a calibração para cores menos ou mais saturadas, sendo o padrão a melhor opção.
Há som estéreo com boa potência sonora. O furo na parte superior ajuda na passagem do ar para evitar que o alto-falante de chamadas reproduza som abafado. Isso garante que você tenha áudio com boa reprodução de médios e agudos, mas peca um pouco por faltar graves. De qualquer forma, ainda é melhor que muitos da linha Redmi.
E o Snapdragon 860, o que ele tem a oferecer? A nova plataforma da Qualcomm é basicamente um Snapdragon 855 Plus atualizado, o que deve garantir um bom salto comparado ao Snapdragon 732G do Poco X3 NFC, certo? Bem, era o que nós esperávamos também. Pelo menos em nosso teste de velocidade focado no multitarefas vimos o X3 Pro perder para o antigo.
Como isso é possível? Mais um celular da Xiaomi que não recebeu a devida atenção na parte de software. Ele demora para abrir alguns apps e mesmo com 6 GB de RAM ainda sofre para segurar os aplicativos abertos em segundo plano. Isso poderia ser arrumado facilmente em uma atualização futura.
Já em benchmarks temos um belo salto com quase 200 mil pontos de diferença no AnTuTu. E comparado ao Snapdragon 870, há muita diferença? O Moto G100 conquistou 100 mil pontos a mais no AnTuTu. E em jogos?
PUBG rodou bem na qualidade Ultra HD, indo além do desempenho que conseguimos no X3 NFC. No Asphalt 9 não vimos qualquer engasgo e podemos esperar isso dos demais jogos para Android graças à boa GPU Adreno 640 do X3 Pro.
A bateria do X3 Pro também é a mesma de 5.160 mAh do X3 NFC, mas não espere autonomia similar entre os dois aparelhos. Em nossos testes vimos o novo render 3 horas a menos, mas ainda suficiente para garantir um dia inteiro de uso. O que pode ter acontecido? O Snapdragon 860 pode não ser tão econômico ou a falta de otimização também afetou o consumo.
Pelo menos a Xiaomi não capou o carregador e continua mandando a unidade de 33W de potência que faz o Poco X3 Pro ir de 0 a 100% em menos de 1 hora, enquanto ainda há muito intermediário levando o dobro disso para carregar. Uma carga rápida de 15 minutos recupera 35% de bateria e chega a 64% em meia hora.
Caso você esteja se perguntando onde a Xiaomi fez sacrifícios para trazer um chip mais potente no X3 Pro.. sabe a câmera de 64 MP do X3 NFC? Então, ela foi trocada por um sensor mais simples de 48 MP. A ultra-wide também foi capada para uma com resolução de 8 MP. As demais responsáveis por macro e desfoque de fundo são as mesmas do outro aparelho. A frontal de 20 MP também foi mantida.
O Poco X3 Pro registra boas fotos, apesar de não chegar a impressionar. Ele acerta no alcance dinâmico sem precisar forçar tanto o HDR, registra cores próximas da realidade, há poucos ruídos em locais bem iluminados e registra uma quantidade decente de detalhes para um sensor desta categoria.
Não há lente teleobjetiva, mas há atalho para zoom digital de 2x que registra boas fotos sem comprometer tanto a qualidade. A ultra-wide é capaz de capturar fotos com bom nível de detalhes, contraste acertado e alcance dinâmico aceitável. O software de correção de distorção de lente faz o seu devido trabalho, mas não espere boas fotos com esta câmera à noite. Fotos noturnas, no geral, apresentam limitações e o modo noturno do X3 Pro pouco faz para ajudar.
A câmera macro tem resolução baixa e fica limitada ao registrar pequenos detalhes, sem falar que foco automático faz falta. A de desfoque funciona melhor e ajuda a dar mais profundidade às fotos com poucos erros.
O X3 Pro entrega selfies com bom detalhamento, acerta nas cores e no contraste. Em locais mais escuros já se nota uma quantidade acentuada de ruídos e o modo desfoque apresenta mais falhas. De qualquer forma, é bom o suficiente para postar em redes sociais.
A filmadora não evoluiu e continua gravando a no máximo 4K a 30 fps. A ultra-wide fica limitada apenas a Full HD, enquanto a macro não passa de HD. A estabilização eletrônica funciona apenas na câmera principal e ultra-wide e ajuda a remover grande parte dos tremidos. Os vídeos apresentam boas cores e contraste na medida, além de foco ágil.
A frontal filma a no máximo Full HD e tem qualidade mais limitada. A captura de áudio é estéreo, mas a qualidade poderia ser melhor. É possível usar a câmera traseira e frontal para filmar ao mesmo tempo.
O Poco X3 Pro sai da caixa com Android 11 e interface MIUI 12 com o Poco launcher. O sistema poderia ser mais ágil e fluido pelo hardware que o aparelho possui, mas não podemos reclamar do leitor biométrico que reconhece rapidamente a digital ao apenas encostar o dedo. Pelo menos as animações tiram proveito da tela de 120 Hz.
A tela inicial vem lotada de atalhos e pastas por padrão, além de ser possível ativar o Google Discover na tela esquerda. O Poco launcher automaticamente organiza seus aplicativos por categorias, sendo possível editar ou mesmo desativar tais grupos.
A tela de notificações vem dividida em duas partes: ao puxar o lado esquerdo terá acesso à Central de Notificações, enquanto do lado direito terá a Central de Controle com os atalhos do sistema. Os Super Wallpapers estão presentes apenas nos modelos mais caros, mas o X3 Pro dá muitas opções de customização. Há tema escuro, sendo possível até forçar apps que não possuem suporte nativo.
Não há outra opção com Snapdragon 860 para compararmos com o Poco X3 Pro, então quais seriam os seus maiores rivais no mercado nacional? O Galaxy S20 FE com Snapdragon 865 traz tela Super AMOLED de 120 Hz com brilho superior, foi mais rápido em nosso teste de velocidade graças a One UI melhor otimizada, mas a bateria dura menos e demora mais para recarregar.
O Moto G100 tem o Snapdragon 870, que é mais poderoso, mas a tela tem apenas 90 Hz. A bateria dura muito mais, mas acaba demorando bem mais para recarregar. Em câmera temos qualidade um pouco melhor no G100, especialmente nas filmagens.
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