O Poco M3 Pro é mais um celular com a promessa de entregar 5G a preço acessível. A novidade chegou recentemente ao Brasil e possui preço de lançamento de R$ 3 mil. Será um valor justo a pagar por ele ou há alternativas mais em conta com 5G? Nesta análise do TudoCelular veremos tudo o que ele tem de bom e as diferenças para o Poco M3 .
O Poco M3 Pro vem em embalagem amarela e traz os seguintes acessórios:
A Xiaomi vem buscando diferenciar os celulares da Poco dos da Redmi e o M3 Pro é mais um com visual diferentão que pode não agradar todo mundo. Ele tem traseira em plástico com acabamento espelhado em duas opções de cores: preta ou azul. Há um bloco preto que prolonga a parte das câmeras e traz o nome da marca estampado.
As laterais do aparelho também são de plástico, mas a tela recebeu mais atenção da fabricante e conta com proteção Gorilla Glass 3. Uma pena que ele não tenha certificação IP53 para proteção contra respingos como visto em outros intermediários recentes da Xiaomi.
Há uma gaveta híbrida do lado esquerdo, o que forçará você escolher usar dois chips ou ampliar o armazenamento; do lado direto temos o botão de energia com sensor biométrico e a tecla de controle de volume; no topo há a entrada para fones de ouvido, microfone e sensor de infravermelho; enquanto na parte inferior há a entrada USB-C, outro microfone e alto-falante.
As bordas ao redor da tela poderiam ser mais finas, mas como temos aqui um aparelho com painel LCD, já era esperado. Há Wi-Fi AC para redes 5 GHz, Bluetooth 5.1 e NFC, além de conectividade com redes móveis da nova geração.
Voltando à tela do aparelho, temos um painel de 6,5 polegadas com resolução Full HD+ e taxa de 90 Hz. Infelizmente, não há suporte a HDR, mas o painel possui atualização dinâmica que regula a velocidade a depender do conteúdo exibido.
A parte mais decepcionante está no brilho máximo muito baixo para a categoria. Enxergar o conteúdo na tela em dias ensolarados será sofrível. O nível de contraste é bom, mas há rivais da Motorola melhores neste aspecto, sem falar dos intermediários da Samsung com tela AMOLED. Pelo menos o modo Padrão de calibração apresenta cores precisas.
Outra decepção fica por conta do som. Há apenas um alto-falante na parte inferior e aqui ficamos presos a som mono, enquanto a Xiaomi vem investindo em áudio estéreo nos intermediários da linha Redmi Note. A potência é boa, assim como a qualidade sonora com médios e agudos bem representados, mas não espere muito dos graves.
O Poco M3 Pro 5G vem equipado com a plataforma Dimensity 700 da MediaTek e pode ser encontrado em duas versões com 4 ou 6 GB de RAM. Esse que testamos é o mais simples e seu desempenho no nosso teste de velocidade focado no multitarefas não foi dos melhores. Ele não conseguiu manter os apps abertos em segundo plano e isso vem acontecendo com vários da Xiaomi recentemente.
Em benchmarks temos uma diferença considerável no desempenho comparado ao Poco M3 convencional. No AnTuTu tivemos uma diferença de quase 80 mil pontos. Ele também fica acima do Galaxy A32 5G , que seria a alternativa da Samsung para um celular 5G acessível.
Se o Poco M3 Pro não empolga no uso multitarefas, ele também não surpreende em jogos. Todos os games que testamos ficaram abaixo de 60 fps, por mais que a tela esteja no modo automático de 90 Hz. Além disso, não foi possível ativar todas as configurações gráficas no Call of Duty, mas no PUBG conseguimos jogar com boa fluidez na qualidade Alta HD com tudo ativado. Demais jogos apresentaram desempenho normal.
A bateria de 5.000 mAh rende bem e pode entregar autonomia para dois dias como a Poco promete, desde que você não pegue pesado. Ele rendeu um pouco menos que o Poco M3, mas há uma diferença de 1.000 mAh entre os dois, então poderíamos dizer que o Pro até sai em vantagem na otimização do software que favorece o consumo e não o desempenho.
Ele vem com carregador de 22,5W, apesar de oficialmente suportar 18W, e demora quase duas horas para preencher totalmente a bateria. O tempo poderia ser melhor, ainda mais quando intermediários da linha Redmi carregam na metade do tempo.
Uma carga rápida de 15 minutos recupera 19% e com meia hora na tomada temos um terço da bateria para usar.
E as câmeras? Bem, esperávamos um conjunto mais robusto. A principal tem resolução de 48 MP (algo já encontrado até em celulares básicos), enquanto a secundária tem lente macro e a terciária cuida do desfoque de fundo. Nada de câmera ultra-wide, o que é uma pena. Na parte frontal há uma câmera de apenas 8 MP para selfies. Podemos dizer que é basicamente o mesmo conjunto de câmeras do Poco M3 mais barato.
No modo padrão, o Poco M3 Pro registra fotos de 12 MP e consegue capturar imagens com boa nitidez, poucos ruídos, cores próximas da realidade e amplo alcance dinâmico sem precisar apelar o tempo todo para o HDR. Claro que nem tudo é perfeito e a câmera sofre um pouco com detalhes distantes da vegetação do cenário
A parte mais irônica é que a qualidade das fotos piora ao fotografar na resolução máxima. Parece que o hardware não dá conta do recado ou o software da Xiaomi foi mal regulado. A câmera macro faz apenas o básico já que o sensor é fraco e não há foco automático. A de desfoque apresenta falhas e já vimos celulares mais baratos da Xiaomi com melhor efeito retrato.
Fotografar à noite não será um problema para o Poco M3 Pro. Claro que nem sempre terá fotos incrivelmente detalhadas, mas ele manda bem para a categoria e não sofre com ruídos em locais escuros. Há modo noturno que deixa as fotos mais claras e restaura pontos perdidos na escuridão, mas em troca de fotos um pouco granuladas.
A câmera frontal pode soar decepcionante por ter resolução baixa, mas ela surpreende por registrar ótimas selfies. Nitidez, cores e contraste estão bem equilibrados e não há ruídos visíveis de dia. Selfies à noite já apresentam uma grande queda de qualidade e ficam no nível de intermediários mais baratos. O modo retrato apresenta bom efeito de desfoque e tem poucos erros.
A filmadora é o grande ponto fraco do Poco M3 Pro. Ela não grava em 4K e o foco é não é dos mais rápidos. Há estabilização eletrônica que ajuda a lidar com os tremidos, mas a qualidade das filmagens está muito abaixo do que vimos nas fotos. A frontal apresenta muitos ruídos ao gravar à noite e a captura de áudio é apenas decente.
Na parte de software temos o Android 11 modificado pela MIUI 12 com o Poco Launcher. Logo ao pegar o celular você notará que o leitor biométrico é ágil no reconhecimento da digital e rapidamente desbloqueia o aparelho para uso.
Por padrão temos tema diferente instalado, mas que pode ser customizado. Há o Google Discover que pode ser ativado para ser acessado na lateral esquerda da tela inicial. Os apps são organizados em categorias e a tela de notificações é dividida em duas partes como no iOS.
Há vários apps modificados pela Xiaomi, suporte a tema escuro (apesar de não gerar economia de bateria por falta de tela AMOLED), além de animações ágeis que tiram proveito da tela de 90 Hz.
O Poco M3 Pro é um celular com altos e baixos. Ficou decepcionado? Bem, o Galaxy A32 seria o seu maior rival para quem busca um celular acessível com 5G. Ele entrega o mesmo nível de desempenho, a bateria dura um pouco a mais e traz câmera ultra-wide. Uma pena é não ter tela de 90 Hz como a versão 4G.
Ficou decepcionado com o desempenho? O Realme 7 5G é muito mais ágil no uso com vários apps. Ele tem tela de 120 Hz, além de bateria que dura mais e recarrega mais rápido. Ele pode não impressionar em câmera, mas traz lente ultra-wide para fotos mais amplas, além de ser capaz de gravar em 4K.
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