A Xiaomi vem ampliando o seu catálogo de celulares no Brasil e recentemente lançou em nosso mercado dois modelos da linha Poco, o X3 Pro e o F3 . O primeiro é um intermediário 5G com foco no custo-benefício, enquanto o segundo é voltado para quem busca um top de linha acessível. É este modelo mais avançado que iremos analisar hoje para saber se ele vale mais a pena que opções nacionais. Será que a Xiaomi aprendeu a cobrar um valor mais justo por seus celulares? Vamos conferir.
O Poco F3 vem em embalagem preta por fora e amarela por dentro. Além do celular, você recebe os seguintes acessórios:
O Poco F3 adota o novo visual visto em recentes lançamentos da linha Mi e foge do que vimos anteriormente no Poco F2 Pro . Você já percebe isso na parte frontal: saiu a câmera pop-up e entrou entalhe em furo mais tradicional para a câmera de selfies.
Na traseira temos as câmeras próximas da borda com duas maiores se destacando e mais uma no centro em menor tamanho ao lado de um microfone dedicado para cancelamento de ruídos. A traseira é de vidro com proteção Gorilla Glass 5, mas as laterais são de plástico.
O Poco F3 chegou em três opções de cores: tanto a branca quanto a preta apresentam acabamento espelhado que acumula marcas de dedo com facilidade. A opção em azul possui três padrões de cores e isso ajuda a reduzir as manchas no vidro. De qualquer forma, a Xiaomi manda uma capinha de silicone com o aparelho.
O leitor biométrico fica na lateral direita incorporado ao botão de energia. Ele sempre fica ativo e reconhece seu dedo rapidamente com o mais leve toque; acima dele temos o botão de controle de volume. No topo há dois pares de três furos: sendo o primeiro um alto-falante e o segundo um combo de microfone e emissor de infravermelho. Na parte inferior temos outro alto-falante, a entrada USB-C, mais um microfone e a gaveta do SIM Card sem suporte a micro SD.
Como é de se esperar, o F3 não vem com entrada para fones de ouvido, mas é bacana ver que a Xiaomi manda na caixa um adaptador de USB-C para P2. Em termos de conectividade você recebe um pacote completo com 5G, NFC, Wi-Fi 6 e Bluetooth 5.1.
O Poco F3 vem com tela de quase 6,7 polegadas com resolução Full HD+, 120 Hz e resposta de toque de 360 Hz, sendo um ótimo celular para jogos. O vidro frontal traz proteção Gorilla Glass 5 e ainda vem com película já aplicada.
O painel adotado é do tipo AMOLED com suporte a HDR10+ que funciona com YouTube, Amazon e Netflix. O nível de brilho é alto, não tanto quanto o de alguns flagships atuais, mas supera muitos intermediários que testamos. A tela entrega cores vibrantes com boa calibração por padrão e alterna entre 60, 90 e 120 Hz no modo padrão para ajudar a economizar bateria.
A parte sonora do F3 surpreende. Ele possui três saídas de som: além dos alto-falantes na parte superior e inferior, o alto-falante de chamadas também é ativado para reproduzir qualquer tipo de som. Isso faz com que ele entregue áudio potente e bem equilibrado com graves, médios e agudos presentes em todo tipo de conteúdo. O som do F3 consegue ser tão bom quanto o de alguns celulares mais caros, como é o caso do iPhone 12 Pro Max.
O Poco F3 vem equipado com a plataforma Snapdragon 870, mesma encontrada no Moto G100 . Este hardware é uma evolução do Snapdragon 865 que equipou muitos celulares top de linha em 2020. A quantidade de RAM é menor do que no rival da Motorola, mas ter 6 GB é suficiente para garantir um bom desempenho multitarefas sem ter os apps fechando a todo momento. Ainda assim, é notável que a MIUI precisa de um regime já que acabou pesando no desempenho.
Pelo menos o software carregado de recursos da Xiaomi não chega a interferir nos benchmarks e no caso do AnTuTu chegou a alcançar uma média de 600 mil pontos, ficando até acima do rival da Motorola.
O F3 também é um ótimo celular para jogos. Ele rodou Asphalt 9 na qualidade máxima com total fluidez. No PUBG foi possível jogar a 60 fps na opção HDR com qualidade extrema e todos os extras ativados. Call of Duty também rodou na qualidade máxima com ótima fluidez. Você pode até não ter todos os jogos rodando a 120 fps, mas pode ficar tranquilo que o F3 rodará tudo tranquilamente.
Bateria sempre foi o forte dos celulares da Xiaomi e o Poco F3 entrega muita autonomia com seus 4.520 mAh mesmo em modo 120 Hz. Em nosso teste tivemos pouco mais de 24 horas de uso com 12h de tela ligada, o que é suficiente para mais de um dia longe de tomadas.
O F3 vem acompanhado de carregador de 33W que demora pouco mais de 1h para encher totalmente a bateria. O carregamento acelerado garante 35% recuperados em apenas 15 minutos de recarga e chega a quase 70% com meia hora, o que já é suficiente para um dia inteiro de uso.
O Poco F3 traz conjunto triplo de câmeras na traseira com a principal com sensor de 48 MP, a secundária com lente ultra-wide e sensor de 8 MP, além de uma dedicada para macro com 5 MP e foco automático. Por fim, há uma câmera frontal com 20 MP.
Por padrão, o F3 registra fotos com 12 MP devido à compressão de quatro pixels em um, como é comum em celulares com câmera de 48 MP. A qualidade é decente, mas notamos que há um exagero no pós-processamento que deixa as fotos suavizadas, perdendo detalhes e exagerando um pouco no contraste.
A boa notícia é que é possível reverter este problema ao usar a câmera no modo 48 MP. Como o pós-processamento fica menos agressivo, temos fotos com nitidez muito superior, mas em troca terá até o triplo do espaço ocupado. Pode usar a resolução máxima para tirar proveito do zoom digital, já que o F3 não tem câmera teleobjetiva.
A ultra-wide é a mais decepcionante do conjunto. Ela possui um controle de ruídos muito agressivo que acaba matando os detalhes, além de apresentar cores diferentes da câmera principal. Servirá mais como um quebra galho caso você não consiga enquadrar tudo com a outra câmera.
A câmera macro possui foco que varia entre 3 e 7 cm de distância, o que dá uma certa flexibilidade. De qualquer forma, é preciso ter mãos firmes se não quiser fotos tremidas e fora de foco, além de ficar limitado apenas a locais bem iluminados. O desfoque de fundo não funciona tão bem devido à falta de um sensor dedicado e tem suas limitações.
O F3 não decepciona ao fotografar à noite e até supera outros que testamos com o mesmo sensor. Há modo noturno que deixa as fotos um pouco mais claras e ajuda a recuperar pequenos detalhes perdidos nas sombras. Não podemos dizer o mesmo da ultra-wide que realmente sofre em locais escuros.
A câmera frontal também comprime quatro pixels em um, mas acaba fazendo upscaling para 20 MP o que compromete a nitidez. Isso fica mais visível em locais mais escuros, mas para selfies tiradas de dia terá bom tom de pele e cores e contraste dentro do ideal. O desfoque de fundo funciona bem e apresenta efeito pouco artificial
O Poco F3 é capaz de filmar em 4K com a principal e Full HD com as demais câmeras. Há estabilização eletrônica para lidar com os tremidos e os três microfones captam áudio em 360 graus, além de ter bom cancelamento de ruídos. A filmadora do F3 registra bons vídeos em locais com luz ideal, mas já perde muita qualidade ao gravar à noite.
O Poco F3 vem com Android 11 e interface MIUI 12 com tema diferente de outros da Xiaomi que testamos recentemente, mas é possível mudar nas configurações. Há suporte a Always on Display para tirar proveito da tela AMOLED, incluindo até efeitos luminosos para as bordas sempre que você recebe uma notificação.
O F3 tem suporte aos Super Wallpapers que trazem efeitos animados para a tela de bloqueio e papel de parede, com três opções pré-instaladas. Há gaveta para apps por padrão que organiza todos os seus aplicativos e jogos por categoria, sendo possível editar ou mesmo desativar para ter tudo listado em ordem alfabética.
No momento em que testamos o F3 estava com pacote de segurança de abril de 2021, o que não é tão defasado comparado a outros da marca que estavam há meses sem atualização. Vamos torcer para que a Xiaomi dê maior atenção ao F3 e não demore para liberar o Android 12.
O Poco F3 é um celular bacana, mas chegou caro aqui no Brasil. Ele tem o mesmo Snapdragon do Moto G100 que custa metade do preço e o da Motorola entrega melhor desempenho no multitarefas. O da Xiaomi tem melhor tela e som, mas perde em câmera especialmente na filmadora e rende um pouco menos em bateria.
Com o preço cobrado pela Xiaomi é possível comprar o Galaxy S21 Plus , que tem tela ainda melhor, desempenho superior no multitarefas, bateria quase tão boa e câmeras superiores. Sem falar que a Samsung humilha a Xiaomi em suporte a atualizações do Android.
E comparado ao Poco F2 Pro tivemos uma boa evolução? O novo é mais rápido, tem melhor tela e som, câmeras superiores e bateria que dura igual.
Leave a comment