N o k i a L u m i a 7 3 0 P o n t o s f o r t e s P o n t o s f r a c o s

A Microsoft pensou em criar um smartphone de médio desempenho e custo, algo comum dentro do mercado concorrido de smartphones e que é ainda mais quente, para tentar tirar o trono do Moto G. Para esta tarefa a empresa criou o Lumia 730 e o 830, sendo que o 830 é focado na câmera traseira e com melhor acabamento, enquanto o 730 fica com uma câmera para os amantes de selfies, junto de um acabamento mais simples. A embalagem segue o mesmo padrão de outros dispositivos recentes da fabricante, ou seja, caixa de papelão rígido, com cor branca no fundo, exibindo informações sobre o smartphone e também as cores que ele pode ter - não que todas estejam disponíveis no Brasil.

Abrindo o pacote temos o celular, manual de instruções e carregador de tomada com seu próprio cabo. Fim. Pois é, não há cabo de dados para transferência de arquivos e muito menos fone de ouvido. Segundo a Microsoft, que é na verdade a Nokia, a empresa decidiu abrir mão destes acessórios por conta de outros que já estão na casa dos usuários - algo como "o usuário já tem um fone de ouvido e cabo USB, ele não precisa de outro". Ao meu ouvido, esta afirmação (que ocorreu durante o lançamento dos smartphones no Brasil) soa como corte de custos, ao deixar acessórios de lado.

O Lumia 730 não foge do padrão de smartphones que a Nokia criou no início de sua linha Lumia e que a Microsoft, ex-Nokia, mantém para os atuais dispositivos. Isso significa um corpo em plástico de alta qualidade, rígido e que apresenta grande resistência para arranhões e riscos mais leves. Mesmo sendo plástico, o corpo não apresenta a sensação de material de baixa qualidade - não é, Samsung? Na frente temos uma tela OLED de 4,7 polegadas, com resolução de 1280 x 720 pixels, proteção Gorilla Glass 3 e tecnologia ClearBlack Display - que, pegando carona no preto mais profundo que vem do OLED, exibe melhor contraste e menor reflexo debaixo de luz solar direta. Ainda por aqui temos o maior chamariz deste dispositivo, que é uma câmera frontal com 5 megapixels (pois é, CINCO MEGAPIXELS).

Do lado direito ficam os botões de controle de volume e liga/desliga - sem nada de botão exclusivo para a câmera, algo que até então era comum em dispositivos Lumia. Do lado oposto não temos nada.

Acima fica a entrada para fones de ouvido e, logo abaixo, a conexão microUSB.

Atrás fica a singela câmera de 6.7 megapixels, que pode filmar em até Full HD - a mesma resolução que a câmera frontal permite filmar. Ainda temos um flash LED e o alto-falante, que fica em uma grelha circular na parte inferior da traseira.

Abrindo o aparelho temos a bateria de 2.200mAh, capaz de prover energia para o Lumia 730 por aproximadamente um dia inteiro de uso moderado, até 60 horas de reprodução de música, 22 horas de conversa ao telefone e 600 horas em stand-by. Por aqui também vemos as duas entradas para chip da operadora e o slot para cartões microSD de até 128 GB.

Uma das vantagens dos aparelhos Lumia, quando olhamos para os materiais de construção, é que eles são confortáveis nas mãos. O plástico do corpo é áspero e fosco, com curvatura nas laterais e que impede a visualização de qualquer marca de dedo. Em outras palavras, a pegada é bastante confortável, principalmente por conta da rigidez do encaixe. Em números, temos 134,7 milímetros de altura, 68,5 milímetros de largura e 8,7 milímetros de espessura. Tudo isso somado aos 130 gramas de peso total - já com a bateria instalada.

No bolso o smartphone não ocupa espaço ao ponto de incomodar o usuário, o mesmo acontece dentro de uma bolsa feminina - onde o espaço é bastante concorrido com outras coisas.

Como sistema operacional, assim como todos os outros smartphones Lumia, a Nokia escolheu o Windows Phone 8.1, da Microsoft. Ele vem limpo de modificações e conta exatamente com a mesma interface que existe desde o primeiro Windows Phone 7. Por dentro, o 730 entrega um processador Qualcomm Snapdragon 400 rodando quatro núcleos em 1.2 GHz, acompanhado de 1 GB de memória RAM e uma GPU Adreno 305 - este conjunto é capaz de fazer todo o sistema operacional rodar sem qualquer engasgo, mesmo com boa quantidade de apps rodando ao mesmo tempo. A tela inicial entrega atalhos "vivos", chamados de Live Tiles, que servem como widgets que também são atalhos. Puxando para o lado direito estão todos os aplicativos instalados e pré-instalados, organizados em ordem alfabética e que podem ser encontrados mais rapidamente ao tocar na lupa - que serve como busca universal.

Uma das mudanças do Windows Phone 8.1, em relação ao Windows Phone 8, é que ele adiciona uma área de notificações no topo a interface - bem semelhante ao que já acontece com o Android e depois chegou ao iOS. Ali é possível adicionar alguns atalhos para algumas funções específicas, como ligar e desligar o Wi-Fi, Bluetooth, acionar a câmera e controlar o brilho da tela. É possível filtrar quais apps podem enviar notificações para a área e trocar quais atalhos você quer instalados ali. A lista de possibilidades inclui bloqueio de rotação da tela, Bluetooth, brilho, câmera, compartilhamento de internet, GPS, modo avião, VPN e o Wi-Fi.

Você pode escolher um papel de parede para ficar atrás de algumas Live Tiles, mas que não aparece na maioria dos blocos de apps instalados. Ele funciona assim: alguns (poucos) blocos ficam transparentes e deixam passar a imagem de uma imagem que está atrás deles. Não funciona, nem de perto, como outras plataformas. Se você curte alguns apps que não contam com a transparência e deixa tudo pra cima, o papel de parede mal sera visto. Outra novidade é que dá pra escrever arrastando o dedo pelo teclado, algo bastante semelhante ao que o Android faz em teclados de terceiros, como o famoso Swype - isso ajuda bastante na digitação, já que o teclado é bem apertado. A Cortana também está presente, mas apenas com pouquíssimos atalhos que são reconhecidos em português - comandos básicos, como ligar para alguém, ou algo do tipo.

Além disso, há o pacote da Nokia para apps. Isso inclui o bem-vindo HERE maps, que coloca a bem falada cartografia que a Nokia tem, dentro do smartphone e que permite baixar uma área inteira do mapa para utilizar o serviço sem a necessidade de dados da operadora (ele até entrega rotas com transporte público). Junto dele vem o HERE Drive+, que é um GPS guiado por voz (muito robótico, extremamente distante do natural que temos no Google Maps em Androids e iPhones) e o MixRadio, que tem a péssima mania de não permitir você avançar mais do que seis músicas a cada hora de reprodução.

O Internet Explorer abre bem os sites, vários deles. Como há 1 GB de memória RAM e uma GPU poderosa, a renderização de páginas é bastante rápida - mas ainda não tão veloz quanto o Safari no iOS e o Chrome para alguns Androids mais parrudos. O navegador permite a navegação por abas e até continuar de onde você parou, no IE do computador - apenas para Windows.

Estamos com um smartphone onde o desempenho gráfico não é o principal foco, mas ele consegue rodar jogos mais pesados sem muitas reclamações, na hora de contar os quadros por segundo. Por dentro você conta com um Qualcomm Snapdragon 400 rodando quatro núcleos a 1.2 GHz, acompanhado de 1 GB de memória RAM e uma GPU Adreno 305. Testamos o jogo Asphalt 8, que rodou com alguns cortes na qualidade gráfica para compensar o hardware simples. O jogo rodou bem, sem travamentos visíveis e a taxa de quadros por segundo foi razoavelmente alta.

O tocador de músicas é bem simples e não oferece sequer uma opção para equalizar o som. Não é um ponto negativo, já que a qualidade do áudio que sai pelos fones de ouvido não é ruim. De qualquer forma, ele reproduziu, sem problemas, arquivos MP3 de todos os tamanhos e qualidades. Nativamente ele suporta formatos MP3, WAV, eAAC+ e WMA.

Já o de vídeos oferece a inserção de legendas. Ele rodou até um arquivo em Full HD, sem demonstrar que estava com problemas para a reprodução do clipe. Nativamente ele suporta os formatos MP4, H.264, H.263 e WMV.

A câmera traseira deste modelo não recebeu as melhorias em imagens, que outros recebem - como seu irmão, o Lumia 830. Temos apenas 6,7 megapixels que registram imagens bastante largas e com boa reprodução de cores - mas nada especial. Em ambientes bem iluminados o resultado é bastante satisfatório, sendo mais simples e com menos brilho para fotos noturnas.

Para vídeos a qualidade é a mesma das fotos, em arquivos de resolução Full HD com 30 quadros por segundo. A câmera frontal conta com abertura de f/2,4 e gravação de vídeos em 1080p, lente grande-angular que propicia um amplo campo de visão. Isso significa que você encontra maior espaço para mais pessoas em uma só selfie, sem a necessidade de algo como selfie panorâmica. Há um aplicativo específico para selfies, chamado Lumia Selfie e que entrega uma série de recursos para este tipo de foto, como temporizador, foto quadrada (é a proporção de imagem que o Instagram utiliza, por exemplo) e até utilizar a câmera traseira para a selfie, já que o programa avisa quando o rosto está enquadrado e inicia a contagem regressiva para tirar a foto.

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