M o t o r o l a M o t o G 7 P o w e r

A Motorola trouxe um novo modelo para a família Moto G em sua sétima geração. Na verdade, o Moto G7 Power é o verdadeiro sucessor do Moto G6 Play, com ainda mais bateria e sem descuidar do restante.

O TudoCelular testou o aparelho e nos próximos parágrafos vamos mostrar se ele vale a pena e se entrega o que promete.

Abrindo a caixa primeiro, temos os acessórios embalados separadamente, mas sem muita organização na parte de baixo. A Motorola inclui no conjunto:

Apesar de trazer tela um pouco menor que o Moto G7 e G7 Plus, o Power é maior que os outros dois modelos em todos os aspectos, com dimensões de 159.4 x 76 x 9.3 mm e pesando 193 gramas. Claro, para comportar uma bateria monstruosa, não dá para esperar um aparelho fino, então em espessura está aceitável. Ao menos não tem lombada para a câmera.

Esse modelo traz o recorte clássico na parte superior da tela, com sensores e saída de áudio de chamada em um espaço menor do que o do G7 Play - apesar da tela ser maior. Na borda inferior, o nome da fabricante está ali para deixar claro quem fez o aparelho.

O Moto G7 Power tem corpo de plástico com traseira em polímero de vidro, que tem um aspecto meio de acrílico. É mais elegante que o metal e mais resistente que o vidro, mas ainda deixa bastante marcas de dedos. O leitor de digital fica centralizado na parte traseira, abaixo da câmera.

Na parte inferior, temos saída de som e conector USB do tipo C. O conector do fone de ouvido fica na parte superior, e a gaveta de chips, com espaço para dois cartões de operadora E mais um micro SD fica na lateral esquerda.

A tela IPS LCD de 6,2 polegadas do Moto G7 Power tem resolução HD+ (720 x 1520 pixels), o que reduz a definição da imagem em comparação com os modelos mais caros, mas você mal vai perceber por conta do tamanho reduzido do display. A densidade fica em torno de 270 ppi.

A calibragem de cores ao menos é mais equilibrada, com o branco mais, digamos, limpo. O brilho máximo, curiosamente, é melhor que o do G7 Plus, chegando mais fácil aos 600 lux. O brilho mínimo também é bom, com conforto para os seus olhos em ambientes escuros.

A qualidade do som já é bastante inferior à do Moto G7, também com áudio mono e um pouco mais baixo. Mas não tem tanta distorção no volume máximo, dando para aproveitar razoavelmente bem os graves e os agudos - considerando que estamos falando de um intermediário de baixo custo.

O hardware do Moto G7 Plus fica pouca coisa abaixo do que temos no Moto G7, mudando apenas a quantidade de memória RAM e armazenamento. Mas ainda temos aqui um bom dispositivo intermediário, que atende requisitos mínimos da categoria, com um chipset Snapdragon 632, da Qualcomm, 3 GB de RAM e 32 GB de espaço interno.

Assim como o Moto G7, o Power não conseguiu segurar todos os aplicativos na segunda volta de nosso teste de velocidade, encerrando com pouco tempo menor nessa etapa do que o visto no início, o que indica um gerenciamento não muito bom da memória RAM.

Nos jogos, o desempenho foi dentro do esperado, com boa performance em games até um pouco mais pesados. Porém, você vai reparar em alguns serrilhados na imagem se tiver o olho mais treinado para esse tipo de coisa.

O grande trunfo do Moto G7 Power é a bateria de 5.000 mAh. Fizemos nosso tradicional teste de autonomia e o intermediário da Motorola quebrou o recorde, antes pertencente às mais de 28 horas do Redmi 4 Pro. O tempo total do G7 Power foi de impressionantes 29 horas, sendo mais de 17 horas com a tela acesa. E mais de 20 horas com o dispositivo ativo.

Nem preciso dizer que é muita bateria. Não vai ser mesmo um problema nem se você for usuário bastante exigente. As chances de acabar com essa carga em menos de um dia são muito pequenas.

Porém, infelizmente, a recarga não é das mais rápidas. Claro, o fato de ter capacidade gigantesca influencia bastante nisso. A gente cronometrou cerca de 2h15min para levar a carga de zero até cem por cento com o carregador padrão do G7 Power.

A câmera é simples, mas nem por isso entrega resultados ruins. Tiramos algumas fotos, sempre com o modo automático, mesmo que esse dispositivo entregue um modo manual mais completo que intermediários concorrentes.

As imagens ficam um pouco mais escuras do que as do Moto G7 e G7 Plus, muito por conta da abertura menor da lente. Mas acaba sendo uma vantagem, pois reparamos que as áreas claras estouram muito mais raramente do que nos dispositivos mais caros.

O problema fica nos cenários com pouca luz, onde os ruídos são comuns. O modo retrato está presente, mas só funciona quando encontra algum rosto ou algo que acredite ser um rosto para destacar. Esse modelo também tem o Cinemagraph e a cor em destaque, mas não faz o recorte.

Já as selfies deixam bastante a desejar. Mesmo em cenários com boa iluminação, é difícil conseguir uma foto sem borrões por conta de uma tremida. Com pouca luz, então, ainda adiciona os borrões ao excesso de ruídos.

A câmera principal para vídeos é uma negação, mesmo gravando em 4K - ou talvez por tentar fazer uso dessa resolução e não ter capacidade para isso. Os takes que fizemos ficaram tremidos e cheios de ruídos. É ruim até mesmo para jogar nas redes sociais. O áudio pelo menos não é ruim. A câmera frontal já grava com qualidade mais aceitável, apesar de estourar áreas claras.

A Motorola continua a entregar poucas modificações visuais no Android, com um Pie bastante parecido com o que vemos na linha Pixel e smartphones Android One.

Há recursos extras, como os gestos da Motorola, com atalhos para câmera e lanterna, principalmente. E também tem alguns recursos de tela incluídos pela fabricante, tudo reunido no app Moto, fácil de usar e configurar. De diferente para os modelos mais caros, esse aqui não tem o Moto Voz.

A linha Moto G7 também oferece o desbloqueio pela digital, na parte traseira - incluindo acesso às notificações pelo sensor - e também tem um desbloqueio facial, que testamos e é bem rápido, mas menos seguro, como o próprio sistema alerta.

Mas há outro diferencial desse modelo para os outros: a TV digital. Dá para assistir televisão em HD no Moto G7 Power, e ainda gravar seus programas favoritos para rever depois.

O Moto G7 Power é um smartphone para quem quer muita, mas muita bateria mesmo. Sinceramente, superou a expectativa ao quebrar o recorde de nosso teste de autonomia, tornando-se o atual líder com mais de vinte e nove horas de uso. O desempenho não é ruim e a qualidade geral da câmera também não desaponta tanto.

Os problemas são as selfies ruins e questões mais técnicas, como a má qualidade na gravação de vídeos, mau gerenciamento da memória RAM, falta de compatibilidade à rede 5GHz do WiFi (presente no Moto G7, que tem mesmo chipset) e áudio de pouca qualidade. Problemas não tão ruins para a proposta, é verdade. Mas é bom ter isso em mente ao comprar esse dispositivo.

Dos quatro modelos da família, é o que entrega a melhor experiência dentro do que propõe. O preço sugerido, de R$ 1.400, é um pouco alto, mas até uns R$ 1.200 - ou um corte de cerca de 15% - não está mal gasto neste modelo, considerando os preços altos do mercado nacional.

Pontos positivos

Pontos negativos

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