A Motorola acaba de lançar no Brasil a sua nova linha de celulares premium. São três aparelhos que chegam para compor a família Edge 20 e temos aqui o modelo Pro , sendo este o mais avançado e também o mais caro. Pelo menos a Motorola chegou cobrando um preço mais justo, diferente do Edge Plus que chegou por salgados R$ 8 mil ano passado. Agora temos um bom custo-benefício da marca? Vamos descobrir.
O Moto Edge 20 Pro que testamos veio em duas embalagens com a segunda trazendo o cabo HDMI e a base multimídia para usar com o Ready For. Na caixa padrão, você encontra os seguintes acessórios:
O novo Edge perdeu a curvatura da tela, o que acaba indo contra a proposta da linha. Com a parte frontal totalmente plana agora temos bordas mais largas, o que pode passar a impressão de um aparelho inferior, por mais que a ótima qualidade de construção tenha sido mantida.
O Edge 20 Pro é um pouco maior e mais largo que seu antecessor, mas está mais fino e leve. O bloco de câmeras na traseira cresceu e traz lentes maiores com direito a uma quadrada do tipo periscópica. O furo da câmera de selfies foi jogado para a posição central.
O leitor biométrico saiu da tela e agora está integrado ao botão de energia na lateral direita, logo abaixo da tecla de controle de volume. Ele responde bem e consegue reconhecer a digital rapidamente. Do lado oposto temos apenas um botão de atalho para o Google Assistente.
No topo há um microfone, enquanto na parte inferior temos um secundário, a entrada USB-C, o alto-falante e a gaveta para dois chips. Na parte de conectividade há Wi-Fi de sexta geração, Bluetooth 5.1, NFC e 5G.
O Edge 20 Pro é vendido com base multimídia para ser usado com o Ready For, a plataforma desktop da Motorola disponível para o Edge anterior e Moto G100 . Você pode conectar o celular em telas maiores usando um cabo HDMI que vem no pacote.
O Edge Plus veio com tela de 90 Hz, o que era pouco comparado a rivais já com tela de 120 Hz. Agora a Motorola foi além e chega competindo com celular tipo gamer ao adotar um painel de 144 Hz para o máximo de fluidez.
A tela de 6,7 polegadas possui resolução Full HD+, reproduz um bilhão de cores e tem suporte a HDR10+. O nível de brilho é alto e a tecnologia OLED garante cores vibrantes e preto perfeito para a melhor experiência com filmes.
O que compromete a experiência sonora é a falta de som estéreo. A linha Edge do ano passado veio com duplo alto-falante, mas a Motorola decidiu economizar neste ponto na linha 2021. Pelo menos a potência sonora não foi comprometida e o Edge 20 Pro reproduz áudio equilibrado entre graves, médios e agudos.
A Motorola ainda é uma das poucas fabricantes que manda fone de ouvido na caixa. O acessório é o mesmo da geração passada e possui bom conforto e qualidade sonora decente. Porém, o conector é USB-C, já que o Edge 20 Pro não tem entrada P2.
O Edge 20 Pro vem equipado com plataforma Snapdragon 870 e 12 GB de RAM, sendo a mesma combinação que temos no Moto G100. Em nosso teste de velocidade focado no multitarefas vimos desempenho próximo entre os dois modelos, com o Edge sendo um pouco mais rápido.
Já em benchmarks, ele vai além e consegue números maiores em alguns testes, como no AnTuTu que marcou uma diferença de 40 mil pontos. Só a nível de curiosidade, o Edge 20 Pro conseguiu a mesma pontuação que o Galaxy S21 Ultra equipado com Exynos 2100, mas ficou abaixo do Mi 11 com Snapdragon 888.
O novo celular premium da Motorola entrega ótimo desempenho em jogos e rodou tudo sem qualquer engasgo. Mesmo Call of Duty na qualidade máxima com tudo ativado chegou a marcar 120 fps e no PUBG tivemos ótima fluidez com os gráficos em HD e tudo no máximo.
O que pode preocupar alguns é a bateria de 4.500 mAh. A Motorola decidiu tornar o seu novo celular premium mais fino. A boa notícia é que isso não afetou a autonomia e temos duração até melhor do que antigos modelos da linha Edge. Isso mostra que uma boa otimização é mais importante do que uma bateria gigante.
Porém, é bom deixar claro que o aparelho vem com a tela em 60 Hz. Se você mudar para 144 Hz vai acabar durando bem menos. Há um modo automático que regula a velocidade a depender da necessidade.
O tempo de recarga demorado foi resolvido graças à adoção de um carregador mais potente, agora com 30W. Ele demora apenas uma hora para fazer a bateria ir de 0 a 100%. O carregamento rápido recupera 40% em apenas 15 minutos e chega a 69% com meia hora na tomada. É bom ver que agora temos bateria que dura muito e que recarrega rápido.
O conjunto de câmeras é formado por um sensor de 108 MP, uma ultra-wide de 16 MP e uma câmera periscópica com zoom óptico de 5x, indo além do zoom de 3x do Edge Plus. A câmera frontal traz sensor de 32 MP.
O Edge 20 Pro possui ótimas câmeras, mas o software ainda precisa de melhorias. A principal registra boas cores e detalhes, porém peca no contraste. Se mudar para a resolução máxima de 108 MP não verá uma melhora no tom esbranquiçado das fotos e ainda perderá a saturação das cores.
A ultra-wide, por outro lado, exagera no contraste e acaba matando os detalhes das sombras, mas ainda assim é capaz de registrar boas fotos. As cores também ficam mais vibrantes, o que agradará os fãs de cores saturadas. Esta câmera tem foco automático e serve como macro para fotografar de perto. Ela consegue registrar os mínimos detalhes de plantas e realmente impressiona.
Não há uma câmera dedicada para desfoque de cenários e o software faz um trabalho apenas razoável. Em cenários complexos é possível notar várias falhas no efeito. O zoom óptico de 5x permite capturar o que está distante sem comprometer a qualidade, mas é possível aproximar até 50 vezes e ainda ter boas fotos.
Fotos noturnas não sofrem com ruídos e têm perda aceitável de nitidez. A ultra-wide é mais limitada aqui, assim como o zoom. Há modo noturno que prolonga a exposição para capturar imagens mais claras sem comprometer as fotos com muitos ruídos.
A frontal registra ótimas selfies em locais com luz ideal e o modo retrato funciona bem. À noite já temos uma queda considerável na nitidez e o modo noturno ajuda apenas a deixar a foto mais clara.
O Edge Plus é capaz de gravar vídeos na resolução 6K, enquanto o Edge 20 Pro consegue filmar em 8K a 24 fps, assim como na linha Galaxy S21. Ele registra bons vídeos de dia, mas sofre com imagem granulada à noite. A estabilização é precária nas resoluções mais altas e o foco não é muito ágil.
A frontal é capaz de gravar em 4K com boa qualidade, porém registra vídeos escuros à noite. A captura de áudio é estéreo com boa nitidez e não sofre com ruídos de vento. Também é possível gravar com as câmeras traseira e frontal ao mesmo tempo.
O Edge 20 Pro vem com Android 11 e as poucas modificações da Motorola. No momento que testamos, ele estava com o pacote de segurança de agosto. A Motorola não é das melhores em atualizações e sequer se preocupa em soltar os patches mensalmente, mas prometeu duas grandes atualizações para o novo celular.
Com relação ao software em si, ele flui muito bem e podemos dizer que este foi o celular mais ágil da Motorola que analisamos. A tela de 144 Hz realmente ajuda, mas é notável que a Motorola se esforçou desta vez para deixar o sistema bem leve.
Os recursos são os mesmos de outros da marca e estão agrupados no app Moto. Além disso, há um criador de GIFs que faz uma gravação de uma parte da tela para gerar memes instantâneos para você compartilhar. E mesmo com o aparelho vindo com 12 GB de RAM, ainda é possível usar parte do armazenamento para expandir essa memória.
Com o Ready For terá um PC de bolso para usar com qualquer monitor e TV. É uma plataforma que compete com o Dex da Samsung, mas traz seus diferenciais. Um interessante é poder transformar TVs comuns em Smart TV ou também pode jogar em telas maiores usando um controle conectado via Bluetooth, como o do próprio Xbox, ou ainda realizar videochamadas para visualizar melhor a família ou amigos em uma tela maior.
O Edge 20 Pro é capaz de competir com o Galaxy S21 Ultra? Os dois entregam desempenho similar e bela tela, com o Galaxy tendo brilho mais forte e o Motorola vencendo em fluidez. O S21 Ultra vence em autonomia de bateria se você fizer questão de usar na taxa de atualização de tela mais alta. Já em câmera, os dois registram ótimas fotos com o Galaxy se destacando mais nos vídeos e em locais escuros.
Ele pode até perder para o Mi 11 em testes sintéticos, mas foi mais rápido em nosso teste de velocidade focado no multitarefas. Também entrega maior autonomia de bateria e demora só alguns minutos a mais para recarregar. O Edge se destaca em câmera por ter o zoom óptico e a ultra-wide que registra melhores macros que o rival.
E contra o Moto G100, há muita diferença? Você terá a mesma plataforma com desempenho similar, mas aqui com tela com taxa de atualização superior para maior fluidez no uso do dia a dia e com jogos. A bateria dura igual, mas recarrega mais rápido. Em câmera temos qualidade próxima, porém com o diferencial do zoom, melhor ultra-wide e câmera frontal superior.
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