A s u s Z e n F o n e M a x S h o t

O Zenfone Max Shot foi desenvolvido especialmente para os brasileiros e estreia a nova plataforma da Qualcomm que traz todos os componentes vitais de um smartphone em um único pacote, o Snapdragon SiP1. Este novo hardware promete celulares mais finos, rápidos e com menor consumo de bateria. Será verdade tudo isso?

Claro que o TudoCelular não deixaria de testar o Max Shot para ver o que esta nova plataforma da Qualcomm tem a oferecer e também veremos se a campanha 'Saia da basicão' que a Asus usa para promover o Zenfone Max Shot faz sentido.

A embalagem do Zenfone Max Shot é igual à do Zenfone Max Plus M2, mudando apenas o nome do aparelho. Em seu interior temos os mesmos acessórios:

Zenfone Max Shot tem o mesmo design e medidas do Max Plus M2: 159,2 mm altura, 76,2 mm de largura e 8,4 mm de espessura. A única diferença que você perceberá entre os dois é a terceira câmera na traseira do Max Shot.

O acabamento de metal traz boa qualidade de construção para o segmento e será um diferencial para quem não curte os celulares de plástico da concorrência.

O Snapdragon SiP1 promete celulares mais finos ao incluir todos os componentes em um único módulo, mas este não é bem o caso do Max Shot. Ele é mais gordinhos que rivais com o mesmo tamanho de bateria.

Na lateral direita temos os botões de controle, incluindo o de energia e duplo para volume. Do lado esquerdo encontramos a gaveta que abriga dois chips e cartão microSD ao mesmo tempo.

Na parte inferior do Zenfone temos a entrada micro USB, conector P2 para fones de ouvido, microfone e alto-falante mono. O leitor biométrico fica na traseira e na parte frontal temos um flash em LED ao lado da câmera localizado no entalhe.

O Zenfone Max Shot traz tela de 6,26 polegadas com resolução Full HD+. O nível de brilho é bom e a reprodução de cores é similar ao que temos em rivais da Motorola. Você não sofrerá para usar o aparelho em locais abertos.

O entalhe não é grande e também não atrapalha na reprodução de vídeos. Dependendo do jogo ele também não vai te incomodar, já que nem todos os títulos apresentam botões do lado esquerdo da tela.

A parte sonora é que decepciona. O alto-falante é capaz de alcançar volume alto em troca da qualidade. O áudio distorce bastante no máximo ao forçar os agudos.

A boa notícia é que o fone de ouvido é confortável e entrega boa qualidade sonora. Neste ponto a Asus acerta mais que muita concorrente.

O grande diferencial do Zenfone Max Shot é o Snapdragon SiP1, que incorpora o processador, chip gráfico, memória RAM e armazenamento, além de antenas e tudo que é necessário para a comunicação com Wi-Fi, 4G ou Bluetooth.

De acordo com a Asus, a nova forma de organizar as peças traz melhorias para a performance geral do smartphone, especialmente para o processamento. Na teoria tudo é realmente bonito, mas na prática vimos que a história não é bem assim.

O Max Shot fica abaixo da concorrência em desempenho. Ele também é mais lentos que celulares mais antigos com Snapdragon 450, como o Galaxy J8, A6 Plus ou Moto G6.

Se estiver disposto a pagar mais caro, ele pode ser encontrado com 4 GB de RAM e o dobro de memória. Mas não espere uma diferença grande no desempenho, já que o problema é mais no poder de processador e otimização de software do que no gerenciamento de memória.

O chip gráfico também é o mesmo do Snapdragon 450 e aqui tivemos desempenho abaixo do esperado. Até mesmo títulos mais antigos como o Asphalt 8 apresentam engasgos. E jogar suave a 60 fps é complicado até para jogos mais leves como Subway Surfers.

Usamos a ferramenta GameBench para medir o desempenho em jogos:

JOGO FPS
Asphalt 8 22
Injustice 2 25
Asphalt 9 29
Modern Combat 5 35
Vainglory 43
Subway Surfers 58
PUBG Mobile 26

Caso queira testar a taxa de quadros em jogos com seu Zenfone Max Shot, só fazer o download via Play Store .

A principal diferença entre o Max Shot e o Max Plus M2 está no conjunto de câmeras. O mais simples vem com principal de 12 MP acompanhada de secundária de 5 MP para tirar fotos com o modo retrato.

O mais caro traz uma terceira com lente ultra-wide. Asus alega que esta câmera registra o dobro dos cenários, e realmente faz uma diferença considerável.

A qualidade das fotos é similar à de outros aparelhos na mesma faixa de preço. Apenas notamos um nível acentuado de ruídos em locais fechados. Especialmente se o HDR estiver ligado.

Em locais bem iluminados temos melhores resultados. O diferencial mesmo fica no HDR, que faz um bom trabalho na maioria das vezes com fotos mais claras e melhor alcance dinâmico.

É até possível usar o recurso como modo noturno à noite. Se a foto sair mais escura do que você esperava, o HDR vai te ajudar. Em troca você terá imagens mais granuladas. Já em locais muito escuros, não há muito o que fazer. Especialmente ao usar a câmera ultra-wide.

Ativar o HDR também ajuda nas selfies para corrigir o problema de céu estourado nas fotos. É necessário controlar o recurso manualmente e às vezes o Zenfone demora para salvar o arquivo. Se você tirar várias fotos em sequência, ele pode acabar não salvando todas as imagens.

O efeito retrato nem sempre funciona. Dependendo do fundo do cenário, o efeito não fica corretamente aplicado.

A filmadora faz bom trabalho e não registra muitos tremidos mesmo com a câmera ultra-wide. À noite você sofrerá mais com o foco do aparelho e o flash frontal não ajuda a ter vídeos mais claros em locais escuros.

A bateria de 4.000 mAh rende bem. Asus promete dois dias de autonomia e realmente é possível ter isso com uso moderado.

O problema é que mais uma vez o Snapdragon SiP1 falha em sua promessa de ser mais econômico que outras soluções. Mesmo que a bateria deste Zenfone dure bem, ainda está abaixo do que os concorrentes entregam.

Resumo do teste de bateria com o Zenfone Max Shot:

Outro ponto que decepciona é o carregador de 10W de potência. Ele demora mais de 2 horas e meia para recarregar a bateria. É um tempo muito alto para os padrões atuais.

O Zenfone Max Shot veio com Android Oreo de fábrica. Atualmente já está disponível a atualização para o Pie, mas o update não ocorreu de forma automática. Tivemos que baixar o firmware pelo site da Asus e jogar o arquivo na memória interna para que o aparelho reconhecesse a atualização. Caso isso aconteça com você, já sabe o que tem que fazer.

O sistema não traz a temida interface Zen UI. Aqui você tem algo mais próximo do Android puro. Há pequenas modificações, como o aplicativo de câmera que traz ajustes mais completos que o padrão do Android.

Você pode usar biometria facial para desbloqueio do aparelho ou o leitor de digitais na traseira. Ambas tecnologias funcionam bem e raramente falham.

O Zenfone Max Shot já pode ser encontrado por menos de mil reais e ele não consegue superar os basicões das concorrentes. Pelo preço que você paga nele dá para ter um celular mais rápido e com melhor duração de bateria como o Moto G7 Power.

O Galaxy M20 e Redmi 7 também são boas alternativas. Eles não apenas são mais rápidos e entregam bateria superior, como também passam menos tempo na tomada. Eles também não ficam atrás do Max Shot quando o assunto é câmera.

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