Meio acessório de moda, meio fonte de prazer. Assim é o Vesper, da Crave, um pequeno vibrador metálico que também funciona como pingente — muito bonito, por sinal. Um dos atrativos do sex toy tecnológico é cruzar a fronteira entre o público e o privado, como um segredo, e até ser um símbolo de empoderamento feminino.
"Este vibrador tem muitos detalhes interessantes, que o diferencia dos demais. O primeiro é o tamanho. Ele é bem pequeno e discreto. É um verdadeiro wearable [tecnologia vestível] e um super acessório de moda", conta a designer e colunista Rita Wu , que tem o "colar" há alguns anos.
Rita é uma adepta dos sex toys, principalmente aqueles que envolvem novas tecnologias. Desde que ouviu falar no Vesper, desejou ter a oportunidade de comprá-lo. Até que isso aconteceu durante uma viagem de trabalho nos Estados Unidos, em 2015.
Na época, ela pagou cerca de US$ 60 dólares (R$ 313 na conversão direta).
"Achava um objeto lindo, em primeiro lugar, pois eu gosto muito de acessórios diferentes. E, além dessa função estética, é um vibrador, então tem outro uso interessante", afirma. "Quando olhei, me apaixonei. Eu comprei porque posso usar em qualquer lugar. De cara, ninguém desconfia que é um vibrador."
O Vesper, feito em aço inoxidável 316, pode ser encontrado nas cores prata, dourado e rosé gold (meio rosa, meio dourado) — a escolhida pela designer.
O tamanho do modelo é o que chama muito a atenção, já que subverte a lógica dos vibradores comuns — geralmente, um objeto maior que reproduz um pênis. "Estes formatos também são definidos pelo tamanho das pilhas.
As novas baterias de polímero de lítio, fininhas, permitem desenvolver um aparelho menor. O Vesper é delicado e, ao mesmo tempo, muito potente."
Com 9,65 cm de comprimento e 1,26 cm de largura, o Vesper pesa apenas 16 g (sem a corrente removível de 66 cm). O dispositivo usa uma bateria recarregável de 80 mAh. E para carregar, basta desrosquear a extremidade do pingente para exibir o plugue e conectar o cabo USB.
De acordo com a fabricante, leva 1h30 para uma carga completa — e ela dura até 40 minutos de uso.
"A bateria realmente dura bastante, mais que outros vibradores. E tem uma vibração muito intensa", conta Rita. O único motor oferece quatro modos de uso, selecionados ao pressionar um botão emborrachado repetidas vezes: constante (velocidade baixa, média ou alta) e pulso (alternando vibração e descanso).
"Se você ficar um bom tempo usando, a energia mecânica da vibração vai fazendo com que o metal esquente um pouco. Essa variação de temperatura é muito gostosa, começar com a peça fria e depois ir aquecendo em contato com o corpo, assim como acontece com os brinquedos de vidro", ressalta a designer.
Vibradores de silicone cirúrgico, que são os mais comuns, mantêm aproximadamente a mesma temperatura durante o uso. O Vesper pode ser utilizado com lubrificantes à base de água ou óleo (não é compatível com os de silicone). Para limpar, basta um pano úmido ou lenço umedecido, segundo a fabricante.
Hoje em dia, Rita usa o Vesper mais como acessório de moda do que como fonte de prazer sexual. "Mas ele é um ótimo vibrador, justamente por ser pequeno, ser preciso, ter uma ponta precisa. Como é rígido, metálico, ele vibra uniformemente. Toda a extensão dele tem a mesma vibração, potente e intensa. Fora a questão da temperatura", elogia Rita.
O colar-vibrador também pode ser usado, por exemplo, para massagear pequenas regiões do corpo. "Por ele ser fino e ter uma pontinha, é muito gostoso colocar atrás da orelha, apertar alguns pontos na mão no pé, quase como se fosse um Do-In , aquela técnica oriental de automassagem com pressão em certos pontos de acupuntura", completa.
O único ponto baixo, em sua opinião, é a construção do único botão (liga/desliga e seleção de intensidade). "Começa a dar um pequeno mau contato depois de um tempo. O botão é um pouco frágil, por ser muito discreto. Às vezes tenho de apertar algumas vezes até funcionar", relata.
Com poucas possibilidades de viajar para fora do Brasil neste momento, as maiores opções para quem deseja um Vesper agora são os marketplaces internacionais, como Ebay e a Amazon (sujeito a taxas de importação). Nos brasileiros, como o Mercado Livre, não há registros do produto.
No site da própria Crave — uma start-up de São Francisco, na Califórnia (EUA) — é possível enviar o vibrador para o Brasil, mas o altíssimo frete, mais caro do que o próprio produto, inviabiliza a compra: fica cerca de US$ 150 (R$ 783) apenas o frete, via FedEx, para cá.
O Vesper, nos acabamentos prata ou rosé gold, está US$ 69 (R$ 360); já o dourado, com banho em ouro 24K, sai por US$ 149 (R$ 778). Por mais US$ 10 (R$ 52), é possível pedir uma gravação personalizada na lateral do pingente.
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